Em uma votação acirrada marcada por intensas discussões, a Câmara dos Representantes dos EUA, sob controle republicano, aprovou uma resolução orçamentária que abre caminho para a implementação de medidas que incluem cortes de impostos e ajustes nos gastos. O resultado da votação, de 216 a 214, aconteceu após pressões do presidente Donald Trump, que qualificou o projeto como um "fenomenal" e criticou intervenções políticas que poderiam atrasar a aprovação.
Esta resolução orçamentária é um passo crucial no processo de reconciliação, que possibilita ao Congresso a aprovação de legislações com uma maioria simples no Senado. Isso é particularmente relevante em um ambiente político onde o limite de 60 votos muitas vezes torna desafiador a passagem de leis. Dentre as propostas do plano, estão a extensão das reduções fiscais implementadas em 2017 e a possibilidade de novos cortes adicionais, em conjunto com aumentos substanciais nos gastos com defesa e deportações.
Os desafios para a aprovação não foram poucos; inicialmente, conservadores da Câmara mostraram resistência ao plano, demandando cortes ainda mais profundos nos gastos federais. No entanto, a situação mudou após garantias de que o Senado se comprometeria a buscar economias que totalizariam pelo menos $1,5 trilhão. Essa mudança de postura foi crucial para que muitos conservadores passassem a apoiar a resolução. Contrapõe-se a isso, o Senado tinha estabelecido um piso de cortes que chegava a somente $4 bilhões, visto como insuficiente por alguns dos membros da Câmara.
Além dos cortes fiscais, o pacote orçamentário prevê um aumento significativo no limite da dívida dos EUA, aumentando-o em $4 trilhões na Câmara e $5 trilhões no Senado. Essas medidas visam permitir que o governo continue suas operações financeiras sem a necessidade de reavaliações até depois das eleições de meio de mandato em 2026. As projeções indicam que as reduções de impostos poderiam acumular cerca de $7 trilhões ao longo de uma década, levantando preocupações sobre os impactos potenciais no déficit orçamentário do país.
A movimentação da Câmara representa um momento decisivo na política econômica dos EUA, com implicações que poderão moldar a trajetória fiscal do país por muitos anos. Observadores e críticos continuam atentos às repercussões dessas medidas, questionando sua viabilidade e seus efeitos a longo prazo na economia nacional.