El Salvador apresentou uma proposta inovadora à Venezuela: repatriar 252 venezuelanos deportados dos Estados Unidos, em troca da libertação de um número igual de presos políticos. A oferta foi feita pelo presidente salvadorenho, Nayib Bukele, ao seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, e anunciada em 20 de abril de 2025.
A proposta busca resolver a situação dos venezuelanos que foram deportados e também pressionar pela liberação de opositores políticos detidos pelo governo de Maduro. Bukele anunciou a iniciativa publicamente em sua conta na rede social X, onde ressaltou que esses venezuelanos foram presos em operações contra gangues, como o Tren de Aragua, que foi rotulada de organização terrorista pelos EUA.
O acordo apresentado por Bukele é mais do que uma simples troca. O presidente salvadorenho mencionou nomes de opositores que gostaria de ver livres, como Rafael Tudares, genro de um dos principais opositores de Maduro, Edmundo González Urrutia, e a libertação de outros prisioneiros, incluindo cidadãos estrangeiros detidos no país.
A iniciativa surge em um momento de tensões aumentando entre os EUA e a Venezuela. Bukele, ao oferecer-se como mediador, busca reforçar a imagem de El Salvador na cena internacional, enquanto também enfrenta a complexidade das ações de deportação realizadas pelo governo norte-americano, que tem sido criticado por suas políticas migratórias.
Embora a proposta tenha gerado repercussão, uma resposta oficial do governo venezuelano ainda não foi divulgada. Bukele indicou que o Ministério das Relações Exteriores de El Salvador formalizará a negociação através de correspondência. A comunidade internacional observa com expectativa, pois a troca proposta poderia abrir novas perspectivas para acordos humanitários na região.
A proposta de troca de Bukele também reflete as controvérsias em torno da política migratória dos EUA. Das deportações feitas com base em alegações de vínculos com gangues, levantam-se questões sobre os direitos dos deportados e as condições em que são mantidos em países como El Salvador, onde a custódia é financeiramente apoiada pelos EUA.