Duas alunas de medicina da Universidade de São Paulo (USP) geraram controvérsia ao publicarem um vídeo no TikTok, que expõe de forma irônica a história de Vitória Chaves da Silva, uma paciente que enfrentou a difícil realidade de ter vivido três transplantes de coração e um de rim. Infelizmente, Vitória faleceu recentemente devido a complicações renais, e o vídeo levantou uma onda de críticas, levando sua família a registrar uma denúncia formal.
Vitória Chaves da Silva nasceu com uma grave cardiopatia congênita, conhecida como Anomalia de Ebstein. Desde muito jovem, ela teve que enfrentar desafios significativos relacionados à sua saúde. Aos cinco anos, realizou seu primeiro transplante de coração no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Uma década depois, o órgão transplantado não estava mais funcionando adequadamente, forçando-a a passar por um segundo procedimento cirúrgico.
Nos anos subsequentes, Vitória enfrentou uma série de complicações, incluindo uma rejeição aguda em 2019. Em 2023, enfrentando novas dificuldades, foi submetida a um transplante de rim e voltou a entrar na fila para um novo coração, finalmente realizando seu terceiro transplante cardíaco em 2024.
As alunas Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano postaram um vídeo no TikTok onde fazem comentários irônicos sobre a situação de Vitória, mesmo sem mencionar seu nome explicitamente. Contudo, pessoas próximas à paciente reconheceram a situação e notificaram a família, que ficou indignada com a falta de respeito demonstrada. O vídeo rapidamente se tornou alvo de críticas e indignação nas redes sociais, levando as criadoras a apagá-lo após a repercussão negativa.
Em resposta ao vídeo polêmico, a família de Vitória Chaves da Silva tomou medidas legais e registrou um boletim de ocorrência. Eles também formalizaram denúncias junto ao Ministério Público de São Paulo, além de levar a situação até a direção do Incor. Os familiares de Vitória contestaram alegações de que a paciente não seguiu as orientações médicas, afirmando que as informações divulgadas no vídeo eram falsas e prejudiciais.
Ainda não houve uma declaração oficial da universidade ou do hospital a respeito do incidente, levantando questões sobre a ética na formação dos profissionais de saúde e a responsabilidade na disseminação de informações sobre pacientes.
Este caso levanta questões importantes sobre a ética no tratamento de informações sobre pacientes e a educação médica. A repercussão negativa mostra como a falta de empatia e sensibilidade pode resultar em consequências legais e impactos emocionais profundos para os envolvidos. Espera-se que instituições de ensino e profissionais de saúde reflitam sobre a importância de respeitar a dignidade dos pacientes, independentemente de suas condições de saúde.