A crise humanitária no Haiti está se intensificando drasticamente, afetando milhões de pessoas que lutam para acessar serviços básicos de saúde e segurança. A violência das gangues, que controla aproximadamente 85% de Port-au-Prince, tem contribuído significativamente para essa deterioração. Desde 2024, a situação piorou, resultando em assassinatos, sequestros e atos de violência sexual, além de ataques a instituições de saúde e meios de comunicação.
A população mais vulnerável nessa crise inclui os deslocados internos, que enfrentam uma realidade alarmante. Apenas 42% das instalações de saúde em Port-au-Prince estão operando normalmente, o que torna a necessidade de assistência médica emergencial mais urgente do que nunca.
Organizações internacionais, como a Organização Pan-Americana da Saúde (PAHO), tentam amenizar essa situação. Recentemente, a PAHO enviou quase três toneladas de medicamentos e equipamentos médicos essenciais para atender as necessidades urgentes do país. No entanto, a falta de financiamento e as dificuldades de acesso a portos e aeroportos representam barreiras significativas para a entrega efetiva da ajuda.
A instabilidade política no Haiti exacerba essa crise humanitária. O Conselho Presidencial Transitório carece de legitimidade, enfrentando desafios no que diz respeito à organização de eleições livres e justas em um cenário dominado por gangues. Ademais, a missão de apoio à segurança liderada pelo Quênia enfrenta obstáculos operacionais, necessitando de mais apoio internacional para estabilizar a situação.
A combinação dessas crises – humanitária, de segurança e política – coloca a população haitiana em uma situação cada vez mais crítica. Sem um apoio significativo e coordenação internacional, o futuro do Haiti permanece incerto e preocupante.