Um estudo alarmante publicado na The Lancet aponta que até 2050, infecções causadas por bactérias resistentes a antibióticos poderão resultar na morte de mais de 39 milhões de pessoas em todo o mundo. Essa pesquisa sublinha a resistência antimicrobiana como uma das principais ameaças à saúde pública global, podendo superar os óbitos associados a enfermidades como AIDS e malária.
A resistência aos antibióticos é um fenômeno que ocorre quando as bactérias sofrem mutações, tornando-se imunes a tratamentos antimicrobianos. Uma combinação do uso excessivo e indiscriminado de antibióticos, tanto na saúde humana quanto na agropecuária, acelera essa transformação. Regiões como o sul da Ásia, América Latina e África Subsaariana estão entre as mais afetadas por esse problema crescente.
O impacto global da resistência antimicrobiana já é significativo. Entre 1990 e 2021, mais de um milhão de pessoas morriam anualmente em decorrência de infecções resistentes. As projeções são preocupantes: as mortes entre idosos aumentaram mais de 80% no mesmo período, enquanto as fatalidades entre crianças menores de cinco anos diminuíram em 50%. A partir de 2025, as estimativas indicam que as mortes diretas podem alcançar 1,9 milhão por ano, representando um aumento de 67% em comparação a 2021.
Para conter essa crise, é essencial implementar medidas de prevenção. Melhorar o acesso a cuidados de saúde, incentivar a pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos, além de fomentar a conscientização sobre o uso responsável desses medicamentos, são passos cruciais. A eficácia destas ações pode salvar até 92 milhões de vidas entre 2025 e 2050. Assim, a conscientização sobre a utilização adequada dos antibióticos torna-se cada vez mais vital para enfrentar essa alarmante crise de saúde pública.