Em Buenos Aires, o mercado de hipotecas começa a dar mostras de resiliência após anos de inatividade devido à inflação descontrolada e aos altos custos de empréstimos. Com a implementação de reformas pró-mercado pelo presidente Javier Milei, o cenário está mudando. Em fevereiro, a província de Buenos Aires, que abriga cerca de 40% da população do país, registrou um aumento impressionante de quase 500% no número de novas hipotecas em comparação ao ano anterior, alcançando o maior nível desde 2018, segundo dados do colégio local de notários.
As políticas econômicas de Milei, que assumiu o cargo no final de 2023, têm se concentrado em cortes de custos e medidas de austeridade, visando a recuperação da economia nacional. Essas mudanças não só contribuiram para a redução da inflação, mas também para o reequilíbrio de um déficit fiscal significativo, impulsionando a confiança de investidores e instituições financeiras.
A economia argentina enfrentou crises sem precedentes nos últimos anos, com a inflação ultrapassando três dígitos e a intervenção cambial dificultando a estabilidade do mercado imobiliário. Entretanto, sob a nova administração de Milei, o governo está focado em estabilizar a economia e criar um ambiente mais propício para o crescimento do setor de hipotecas. As reformas incluem controles mais rigorosos da inflação e iniciativas para restaurar a confiança no sistema financeiro, aspectos vitais para o desenvolvimento do setor imobiliário.
Atualmente, o mercado de empréstimos hipotecários, embora ainda seja pequeno, experimentou um crescimento significativo, triplicando seu tamanho para aproximadamente US$ 2,3 bilhões. Dados do banco central indicam que, apesar do montante estar distante do auge de US$ 8,3 bilhões registrado em 2018, a trajetória é de otimismo. Guillermo Longhi, presidente do colégio de notários da província de Buenos Aires, enfatizou a necessidade de o governo assegurar a estabilidade financeira e continuar os esforços para reduzir a inflação enquanto fortalece a confiança na política cambial, que atualmente permanece rigorosamente controlada.
As projeções para o mercado de hipotecas na Argentina dependem fortemente da evolução de fatores macroeconômicos, incluindo a inflação, a taxa de câmbio e a estabilidade econômica geral. A continuidade das reformas e a manutenção da confiança dos investidores são fundamentais para o crescimento sustentável do setor. O aumento no número de novas hipotecas e a expansão do mercado sinalizam que o setor imobiliário argentino pode estar entrando em uma nova fase de desenvolvimento, que poderia redefinir o panorama econômico do país nos próximos anos.