No último dia 31 de março, durante as celebrações dos 81 anos da Polícia Federal (PF), o diretor-geral, Andrei Rodrigues, fez uma declaração contundente sobre o papel da instituição durante a ditadura militar no Brasil. Ele ressaltou que a PF não pode se esquivar de sua responsabilidade histórica, especialmente considerando que essa data marca o aniversário do golpe militar de 1964. Rodrigues afirmou: "A PF apoiou a repressão política no período da ditadura, mas hoje estamos aqui para defender a democracia."
Este tipo de reflexão traz à tona a importância de olhar para o passado da PF, reconhecendo suas falhas e ao mesmo tempo celebrando sua transformação ao longo das últimas décadas. O golpe militar resultou em uma severa supressão dos direitos constitucionais e a PF atuou como um pilar de apoio à repressão, realizando ações que marcaram a história de opressão daquele tempo.
Nos últimos anos, a PF passou por um rigoroso processo de transformação, modernizando sua estrutura e práticas para se firmar como uma instituição de Estado comprometida com a sociedade. Rodrigues enfatizou durante sua fala que é fundamental que a PF continue a se fortalecer em sua missão de atuar com responsabilidade e independência, respeitando sempre o Estado Democrático de Direito.
A importância da PF foi evidenciada recentemente em um caso de grande repercussão. O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas por tentativa de golpe de Estado, um processo que está sendo conduzido pela própria PF. A atuação da corporação neste caso reafirma seu compromisso na proteção da democracia e no combate a tentativas autoritárias que ameaçam a estabilidade política do país.
A declaração de Andrei Rodrigues pode ser entendida como um chamado para que a corporação não apenas reconheça seu passado, mas atue firmemente no presente e futuro, assegurando que as lições de um capítulo sombrio da história do Brasil não se repitam. A PF, que uma vez esteve envolvida na repressão de direitos, hoje busca se reinventar e se reafirmar como guardiã da ordem democrática, um processo que exigirá acompanhamento constante e reconhecimento das sombras do passado.