O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, se reuniu com altos funcionários do governo no último domingo para discutir o impacto potencial de tarifas que os Estados Unidos estão se preparando para anunciar. Com a possibilidade de tarifas recíprocas se concretizando em 2 de abril, Taiwan se coloca em alerta, já que seu déficit comercial com os EUA aumentou drasticamente, atingindo a marca de 111,4 bilhões de dólares em exportações para o país norte-americano, o que representa um impressionante aumento de 83% em um ano.
Esta iniciativa de tarifas faz parte de uma estratégia mais ampla dos EUA, visa equilibrar as relações comerciais globais e incentivar a manufatura americana. O ex-presidente Donald Trump declarou que as tarifas afetarão todos os países, não se restringindo apenas àqueles com grandes desequilíbrios comerciais. Taiwan, que está entre os 15 países com os maiores superávits comerciais com os EUA — conhecidos como os "Dirty 15" —, observa atentamente esses desenvolvimentos, embora a lista oficial ainda não tenha sido divulgada.
Em resposta a essa possível nova dinâmica comercial, o governo taiwanês tem trabalhado arduamente para implementar medidas de preparação. O Premier Cho Jung-tai lidera um grupo de trabalho abrangente, que inclui a Vice-Premier Cheng Li-chun e outros ministros, com foco em estratégias de comunicação com a indústria, avaliação de ferramentas políticas e engajamento em negociações com os EUA. Um dos esforços destacados é a busca por reduzir o déficit comercial, com acordos estabelecidos para a compra de gás natural liquefeito dos Estados Unidos.
A reação inicial do mercado financeiro foi clara, com o índice de ações em Taiwan registrando uma queda superior a 3% na manhã de segunda-feira após o anúncio das tarifas. Entretanto, o Vice-Ministro das Finanças, Frank Juan, expressou otimismo em relação à indústria eletrônica do país, afirmando que a probabilidade de ser impactada é relativamente baixa. Esse otimismo pode ser atribuído ao investimento significativo de 100 bilhões de dólares realizado pela TSMC nos EUA, o que pode amortecer os efeitos negativos das tarifas.
À medida que Taiwan continua sua preparação para enfrentar as consequências das tarifas dos EUA, o governo está adotando uma abordagem proativa para proteger os interesses econômicos do país e dar suporte às indústrias que possam sofrer os impactos. As autoridades estão monitorando a situação de perto, com o anúncio oficial das tarifas previsto para a próxima semana. O desdobramento dessa história poderá ter implicações significativas para a economia taiwanesa e suas relações comerciais com os Estados Unidos.