Em uma movimentação que promete redefinir o cenário comercial mundial, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou no dia 2 de abril a implementação de novas tarifas, um ato conhecido como "Liberation Day". A medida tem como objetivo impor tarifas recíprocas a todos os países, impactando diretamente a Organização Mundial do Comércio (OMC) e as relações comerciais internacionais. Mas quais são os efeitos deste movimento em uma economia já fragilizada?
As tarifas anunciadas fazem parte da política de "America First", que visa reequilibrar o comércio global a favor dos EUA. Historicamente, em março de 2025, Trump impôs tarifas de 25% sobre aço e alumínio, além de aumentos significativos nas tarifas sobre produtos chineses, que podem chegar a até 45%. Essas ações são interpretadas como potenciais ameaças ao sistema multilateral de comércio, levando muitos analistas a preverem uma guerra comercial em escala global.
A OMC surge como uma arena repleta de desafios diante da nova política tarifária de Trump. A ausência de um órgão de apelação funcional na OMC significa que decisões que possam ser desfavoráveis aos EUA podem não ser implementadas, aumentando a possibilidade de uma crise interna. Além disso, aliados tradicionais como a União Europeia e o Canadá enfrentam a pressão de sanções adicionais, caso não se adequem aos interesses norte-americanos, o que gera tensões nas relações internacionais.
As novas tarifas têm o potencial de desestabilizar a economia global. Segundo especialistas, a imposição generalizada de tarifas pode resultar em inflação exacerbada e possíveis recessões. A incerteza gerada por essas ações tem contribuído para a volatilidade dos mercados financeiros, com índices como o S&P500 e o Dow Jones apresentando quedas acentuadas nas últimas semanas.
Enquanto o mundo aguarda as consequências dessa política agressiva, a OMC e outros organismos internacionais terão que se reinventar para garantir a estabilidade do comércio mundial. A abordagem de Trump pode fomentar o surgimento de relações comerciais bilaterais que substituam gradualmente o sistema multilateral que prevaleceu até agora. No entanto, o êxito dessas novas estratégias dependerá da capacidade dos países de negociar e se adaptar às regras em constante mudança do cenário comercial global.