O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um apelo à Organização das Nações Unidas (ONU) para que apoie a libertação de migrantes venezuelanos, especialmente aqueles recentemente deportados para El Salvador pelos Estados Unidos. Esta solicitação surge em meio a um novo acordo entre a Venezuela e os EUA, que prevê a retomada dos voos de repatriação para os cidadãos venezuelanos. O entendimento foi alcançado após uma paralisação que durou duas semanas, iniciada quando Maduro suspendeu os voos devido a ações norte-americanas que afetaram as exportações de petróleo da Venezuela.
A crise migratória se intensificou após o governo dos EUA ter revogado a licença da Chevron para exportar petróleo venezuelano, o que motivou Maduro a interromper as repatriações. Com isso, aproximadamente 250 venezuelanos foram deportados para El Salvador. Os EUA alegaram que esses cidadãos estavam vinculados à gangue Tren de Aragua, que é definida como uma organização terrorista pelo governo americano. Entretanto, Maduro refutou estas alegações, considerando-as infundadas e exigindo a libertação dos deportados.
O acordo recente possibilitou o retorno de venezuelanos ao país, com o primeiro voo trazendo 199 deportados que chegaram ao aeroporto de Maiquetía, procedentes dos EUA via Honduras. Durante uma declaração, Maduro expressou que estes voos são parte de um esforço para "resgatar" seus cidadãos das ações do governo norte-americano, destacando a importância deste movimento para a proteção nacional.
Em sua busca por apoio internacional, Maduro reforçou que a migração não deve ser considerada um crime. Ele assegurou que o governo venezuelano não vai descansar até que todos os cidadãos que desejem retornar ao país sejam efetivamente trazidos de volta. A tensão no cenário continua, com os EUA enfrentando desafios legais sobre suas políticas de deportação, o que coloca em evidência a complexidade da questão migratória na região.
A situação é um reflexo das profundas divisões políticas entre a Venezuela e os Estados Unidos, e as implicações do tratamento de migrantes. O futuro da repatriação de venezuelanos e as negociações com a ONU serão cruciais para abordar esta crise humanitária.