A Secretária de Comércio Exterior do Brasil, Tatiana Prazeres, fez um alerta significativo durante uma conferência no think tank Chatham House, em Londres, nesta quinta-feira, 28 de março de 2025. Em um contexto de crescentes tensões comerciais globais, ela destacou que o comércio pode ser utilizado como uma verdadeira "arma". Essa preocupação surge especialmente após o anúncio recente de tarifas elevadas pelos Estados Unidos sobre automóveis e peças importadas.
Em sua apresentação, feita por meio de um link de vídeo, Prazeres enfatizou os riscos de uma escalada nas disputas comerciais, alertando que tais medidas protecionistas podem transformar o comércio internacional em um campo de batalha geopolítica. As tarifas impostas pelo governo americano têm sido amplamente criticadas por vários países que consideram que essa atitude poderá intensificar as tensões e prejudicar as relações comerciais estabelecidas globalmente.
As tarifas nos EUA, que afetam especificamente carros, caminhões e suas peças, são vistas como uma abordagem agressiva na política comercial americana. Essa decisão levanta preocupações sobre um possível efeito dominó, onde as reações de retaliação por parte de outros países podem agravar ainda mais a já frágil situação do comércio internacional. O temor é que essas medidas eliminem as dinâmicas econômicas estabelecidas, gerando um ciclo vicioso de protecionismo e desconfiança entre as nações.
Em um âmbito mais amplo, a comunidade de inteligência dos EUA identificou a desdolarização promovida pelos BRICS como uma ameaça significativa aos interesses econômicos dos Estados Unidos. A aliança entre países como a Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul está sendo utilizada por Moscovo para reforçar sua influência econômica e política, principalmente como estratégia para contornar as sanções impostas por nações ocidentais.
No cenário econômico brasileiro, enquanto a confiança do setor de serviços mostrou uma melhora em março, após quatro meses consecutivos de queda, os desafios permanecem. Segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), a atividade econômica no Brasil continua a enfrentar expectativas de desaceleração no ano de 2025, o que demanda atenção das autoridades para evitar uma crise mais profunda.
As declarações de Prazeres são um chamado à ação para que os países busquem formas de dialogar e encontrar consenso, em vez de sucumbir a agendas unilaterais que podem não apenas afetar as economias locais, mas também o comércio global como um todo. A situação aponta para a necessidade urgente de uma abordagem colaborativa nas relações comerciais, crucial para a estabilidade econômica mundial.