Em um incidente que exacerbou as tensões já elevadas entre Taiwan e China, o ministro da Defesa de Taiwan, Wellington Koo, desconsiderou as queixas chinesas sobre uma colisão entre um navio da marinha taiwanesa e uma traineira chinesa no Estreito de Taiwan. O ocorrido, que se deu na madrugada de quinta-feira, perto da cidade de Taichung, não resultou em feridos, mas chamou atenção para as crescentes fricções militares na região.
A colisão em questão envolveu o navio de assalto anfíbio Chung Ho e a traineira chinesa Minlianyu 61756, localizando-se a cerca de 45 milhas náuticas de Taichung. O governo taiwanês foi ágil em agir, afirmando que o incidente não se deu em águas restritas, desafiando as alegações de Pequim, que descreveu as ações do navio taiwanês como "perversas". A Marinha de Taiwan garantiu que a segurança de navegação de sua embarcação não foi comprometida e que militarmente continuarão suas operações conforme necessário.
O Estreito de Taiwan tem sido um ponto focado de atividades militares tanto da parte chinesa quanto da taiwanesa, com um histórico de interações geralmente respeitosas, sem trocas de tiros nos últimos anos. Contudo, o aumento das manobras militares por parte da China tem gerado preoccupações em Taiwan, que reitera sua posição de que a ilha é uma nação independente e não deve ser considerada parte do território chinês.
O incidente ocorreu em um cenário onde a China havia listado recentemente nomes de supostos "separatistas" taiwaneses, uma ação que muitos interpretaram como um movimento de pressão política. A ministra do Interior de Taiwan, Liu Shyh-fang, teve seu nome incluído nesta lista e qualificou esta abordagem como rude e desrespeitosa. Além disso, a China está incentivando a população a denunciar atividades que considerem como separatismo em Taiwan.
A investigação sobre a colisão está em curso, com a Guarda Costeira de Taiwan à frente do processo, coletando evidências e análises do incidente. O ministro da Defesa de Taiwan comentou sobre especulações de que a traineira poderia estar desempenhando um papel de espionagem em relação às atividades militares taiwanesas, descartando essa possibilidade como improvável. Ele ressaltou que um barco de pesca não teria capacidade para obter informações significativas sobre operações militares.
Enquanto a situação evolui, Taiwan se mantém firme em sua defesa de sua soberania, e a comunidade internacional observa de perto as dinâmicas entre essas duas autoridades no Estreito de Taiwan.