José Leandro da Silva, conhecido como Pernambuco, foi um destacado líder sindical que promoveu a Greve dos Marítimos no Rio de Janeiro na década de 1920, impressionando o líder vietnamita Ho Chi Minh. A sua história é contada na obra "Solidariedade de Classes", onde Ho Chi Minh discorre sobre a fraternidade entre os povos e os desafios do racismo, revelando uma conexão inesperada entre Brasil e Vietnã.
Em 1912, Ho Chi Minh, então Nguyen Tac Thanh, chegou ao Brasil em busca de novas experiências. Durante sua estada no Rio de Janeiro, trabalhou como ajudante de cozinha em um restaurante na Lapa e residiu em Santa Teresa. Embora não haja registros de um encontro direto com José Leandro, acredita-se que ele tenha tomado conhecimento das mobilizações trabalhistas através de Astrojildo Pereira, fundador do Partido Comunista Brasileiro.
A figura de José Leandro da Silva, um marinheiro negro e nordestino, é fundamental para entender as lutas sociais da época. Ele se destacou durante a Greve dos Marítimos, mas sua trajetória foi marcada por repressões; ele foi baleado pela polícia durante uma ação para incitar uma greve em um porto e condenado a 30 anos de prisão. Contudo, a justiça deu um desfecho diferente à sua história, acabando por inspirar Ho Chi Minh em sua reflexão sobre a luta dos oprimidos.
A conexão entre a estadia de Ho Chi Minh no Brasil e a luta de José Leandro representa um símbolo de solidariedade e resistência. Ho Chi Minh, que mais tarde se tornaria uma figura central na resistência vietnamita contra o colonialismo francês e o imperialismo americano, foi moldado pela realidade social que testemunhou durante sua viagem. O relato de sua passagem pelo Brasil é um convite à reflexão sobre as questões de racismo e solidariedade que ainda persistem nos dias de hoje.
Em 2025, a relevância dessas histórias continua viva, servindo como um lembrete poderoso das lutas sociais que transcendem fronteiras e das lições que podemos tirar das experiências passadas.