A Usina Nuclear de Zaporizhzhia, considerada a maior da Europa, pode ter suas operações reiniciadas meses após um eventual cessar-fogo na região, de acordo com autoridades internacionais e especialistas no assunto. Desde março de 2022, a usina está sob controle das forças russas, o que levanta questionamentos significativos sobre a segurança nuclear na área e a viabilidade desse reinício.
A principal preocupação sobre a reativação da usina está ligada aos desafios técnicos, especialmente a degradação do equipamento e a falta crítica de água para o resfriamento dos reatores. Em junho de 2023, a destruição da Barragem de Kakhovka, que fornecia água essencial para as operações, complicou ainda mais qualquer tentativa de reinício. Além disso, a presença militar russa e a minagem do perímetro da usina aumentam consideravelmente os riscos de segurança associados a um potencial recomeço das atividades.
A recuperação da Usina Nuclear de Zaporizhzhia pode enfrentar um período aproximado de dois anos, caso um acordo de paz seja alcançado. Isso requer não apenas um cessar-fogo, mas também a remoção de minas, a avaliação do estado do equipamento e a realização de reparos necessários. A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) desempenha um papel essencial em garantir que a reativação ocorra dentro dos padrões internacionais de segurança.
As discussões sobre o futuro da usina se entrelaçam com as negociações de um acordo de paz na Ucrânia. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, propôs que o controle da usina poderia ser um tópico a ser debatido dentro de um possível tratado. No entanto, a reintegração da usina à rede de energia da Ucrânia não é uma tarefa simples e exige uma avaliação minuciosa da infraestrutura antes que qualquer geração de energia possa ser retomada.
A reativação da maior usina nuclear da Europa é uma questão que transcende as fronteiras ucranianas, apresentando possíveis repercussões a nível global. O manejo inadequado durante o processo de reinício pode resultar em consequências catastróficas para a segurança nuclear na Europa. Portanto, enquanto a comunidade internacional aguarda desenvolvimentos sobre um cessar-fogo, a importância de uma supervisão rigorosa por parte da IAEA e a análise da situação da usina se tornam fundamentais para prevenir uma crise maior.
Com um cenário de tensões políticas e desafios técnicos, a reintegração da Usina Nuclear de Zaporizhzhia à operação será um passo crucial para a segurança energética na Ucrânia e para a estabilidade regional em um contexto fragilizado por conflitos.