No que se apresenta como um momento de reflexão e autocrítica, aliados de Jair Bolsonaro têm se manifestado sobre a falta de diálogo com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A crítica ocorre em um contexto delicado, em 2025, durante o julgamento de uma tentativa de golpe contra a democracia brasileira, um evento que mancha a reputação do governo anterior.
Durante os quatro anos de seu governo, Bolsonaro ignorou a importância de estabelecer um relacionamento positivo com Moraes, que foi peça chave em decisões relacionadas a atos antidemocráticos e disseminação de fake news. A ausência de uma estratégia clara para dialogar com o Judiciário foi transformada em um ponto fundamental de arrependimento entre seus auxiliares.
Recentemente, o STF aceitou uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e sete de seus ex-aliados. A denúncia investiga a tentativa de golpe de Estado e ajudou a colocar em evidência a falta de fundamentos jurídicos para a defesa, além de trazer à tona o conhecimento de Bolsonaro sobre uma minuta do golpe, que ficou sob a responsabilidade de Moraes como relator do caso.
Os acusados incluem figuras notórias como Walter Braga Netto e Augusto Heleno, revelando um núcleo próximo ao ex-presidente envolvido em atividades ilícitas. A decisão do STF, ao aceitar a denúncia, acende uma luz sobre a atuação das instituições brasileiras e a sua defesa da democracia, além de sinalizar a gravidade das acusações e a responsabilidade da elite política.
A análise política aponta que a falta de um bom relacionamento entre o governo Bolsonaro e o STF é um dos fatores que diferencia este caso de outros julgamentos significativos na história recente do Brasil, como o mensalão. Esta ausência de diálogo prejudica a defesa dos acusados e leva a uma percepção pública de que as instituições estão atentas e reativas frente a possíveis ameaças à democracia.
No cenário atual, fica evidente que a implicação da falta de estratégia política e diálogo com o Judiciário não é apenas uma falha administrativa, mas um reflexo do descontentamento em um momento em que a proteção da democracia deve estar em foco. De qualquer forma, as lições tiradas por aliados de Bolsonaro podem servir como um alerta para futuras interações entre Executivo e Judiciário.