Em uma estratégia que visa proteger suas exportações avaliadas em US$66 bilhões destinadas aos Estados Unidos, a Índia está considerando uma redução em suas tarifas de importação sobre produtos norte-americanos, que totalizam aproximadamente US$23 bilhões. Fontes governamentais indicam que essa decisão busca aliviar as crescentes pressões comerciais dos EUA, que têm pressionado a Índia a diminuir suas altas tarifas e a aumentar a compra de produtos de defesa dos Estados Unidos.
As tarifas de importação da Índia estão entre as mais elevadas do mundo, o que tem gerado descontentamento nas relações comerciais com os EUA. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, declarou que essas tarifas poderiam justificar uma reavaliação das relações comerciais entre as duas potências. Além disso, a administração anterior liderada por Donald Trump introduziu as chamadas “tarifas recíprocas”, buscando equilibrar o campo de ação comercial entre os países que impõem barreiras altas aos produtos americanos.
Durante a visita do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, aos Estados Unidos em fevereiro de 2025, as negociações incluíram a discussão sobre a possibilidade de cortes tarifários em uma variedade de setores estratégicos. A Índia se esforça para conciliar as demandas norte-americanas com a necessidade de proteger seus setores sensíveis, como a agricultura. Ao mesmo tempo, a Índia tem fortalecido a cooperação com os EUA na área de defesa, avançando nas negociações para aquisição e coprodução de equipamentos militares.
As implicações dessas negociações são de grande importância não apenas para a economia indiana, mas também para o cenário geopolítico global. A Índia busca manter sua estabilidade política e econômica interna enquanto atende às expectativas dos seus parceiros comerciais. A redução das tarifas de importação pode proporcionar um aumento nas exportações dos EUA para o mercado indiano, mas também pode resultar em consequências desfavoráveis para os setores que a Índia procura proteger.
Além disso, a Índia está se preparando para um aumento nas importações de aço, consequência das tarifas impostas pelos EUA sobre o aço importado, o que poderá impactar de maneira significativa o mercado interno do setor siderúrgico.