Em uma sessão marcada por tensão e expectativa, o ministro Cristiano Zanin do Supremo Tribunal Federal (STF) se adelanta ao chamar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de "réus" durante o julgamento da denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado. Embora o erro tenha sido rapidamente corrigido, ele refletiu a complexidade do processo e a gravidade das alegações. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta cinco crimes graves, incluindo tentativa de golpe e organização criminosa armada.
O julgamento, conduzido pela Primeira Turma do STF, teve a participação dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Durante a sessão, as defesas dos acusados, incluindo figuras proeminentes como Walter Braga Netto, Anderson Torres e Augusto Heleno, apresentaram pedidos preliminares, que foram rejeitados por unanimidade.
O relator Alexandre de Moraes fez a leitura de um relatório detalhado sobre a investigação, seguido pela apresentação de argumentos do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Cada advogado teve 15 minutos para expor a defesa de seus clientes, em meio a uma atmosfera de alta expectativa. A expectativa que permeia o tribunal é de que, em breve, os ministros decidam pela aceitação ou não da denúncia, o que poderá transformá-los em réus e iniciar uma ação penal no STF.
Este julgamento é considerado um marco crucial na luta contra a impunidade no Brasil, além de ser um teste à resiliência da democracia. A aceitação da denúncia poderá levar os acusados a um processo judicial que pode resultar em pesadas condenações. A decisão final sobre a aceitação da denúncia deve ser anunciada nos próximos dias e se manifestará não apenas sobre os indivíduos envolvidos, mas pode também ter implicações mais amplas para o cenário político nacional.