A Secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, está pronta para visitar um presídio de alta segurança em El Salvador, onde estão detidos venezuelanos deportados dos EUA. Essa visita integra uma estratégia mais ampla da administração Trump, que busca reforçar a sua rígida política de imigração. Durante sua viagem de três dias, Noem tourará o Centro de Confinamento de Terrorismo, reunirá-se com o presidente Nayib Bukele e visitará também a Colômbia e o México.
A visita de Noem ao centro de confinamento surge após a deportação de cidadãos venezuelanos, que o governo americano alega pertencem à gangue Tren de Aragua. Esta transferência foi realizada sob a Lei dos Inimigos Alienígenas de 1798, permitindo ao presidente deportar indivíduos não cidadãos sem a necessidade de julgamento em um tribunal de imigração ou federal.
Inaugurado em 2023, o presídio é notório por suas condições extremas, incluindo celas superlotadas e a total ausência de visitas, atividades de reabilitação ou programas educacionais. Os prisioneiros, oriundos da Venezuela, não contam com apoio consular, devido à falta de relações diplomáticas entre El Salvador e Venezuela desde 2019. Essa situação deixou esses indivíduos em uma posição vulnerável, com advogados locais apresentando pedidos de habeas corpus para tentar garantir sua libertação.
A deportação destes venezuelanos gerou um sentimento de controvérsia, resultando em uma decisão de um juiz federal que ordenou a suspensão temporária das deportações. Entretanto, a administração Trump argumentou que somente ordens escritas têm caráter vinculativo. A visita de Noem simboliza uma posição firme do governo em relação à imigração, apresentando questões complexas sobre direitos humanos e políticas de deportação que ainda precisam ser debatidas.
A reação à visita de Noem e à situação dos deportados venezuelanos poderá influenciar as diretrizes de imigração dos Estados Unidos, especialmente em relação à América Latina. Sob o contexto das tensões diplomáticas, a presença de autoridades americanas em países sul-americanos poderá intensificar debates sobre política de imigração e direitos humanos nos próximos meses.