Istanbul, Turquia - Em um desdobramento que provoca intensas manifestações em todo o país, o tribunal turco decidiu prender o prefeito de Istambul, Ekrem İmamoğlu, enquanto aguarda julgamento. A medida, impulsionada por acusações de corrupção e colaboração com grupos terroristas, é veementemente negada por İmamoğlu. Sua detenção, que ocorreu durante uma grande operação policial que mobilizou mais de 3.000 agentes, resultou também na prisão de outras 104 pessoas.
A prisão de İmamoğlu se dá em um cenário de crescente polarização política na Turquia, com as eleições presidenciais se aproximando. O prefeito de Istambul é considerado um forte concorrente ao presidente Recep Tayyip Erdoğan, e analistas observam como esta prisão pode afetar o clima político do país. A oposição e líderes europeus criticaram a decisão, classificando-a como politicamente motivada e uma tentativa de silenciar vozes dissidentes sobre a estrutura do governo.
As reações ao redor da Turquia não demoraram a surgir. Manifestações massivas tomaram as ruas de Istambul e de outras cidades, onde milhares de cidadãos exigem justiça e transparência nas ações do governo. A repressão policial, que incluiu o uso de balas de borracha e gás lacrimogênio, acirrou ainda mais os ânimos da população, levantando questões sobre a estabilidade democrática e os impactos econômicos do descontentamento popular, especialmente com o valor da lira turca enfrentando queda significativa.
A decisão do tribunal suscitou inquietações sobre o avanço do autoritarismo na Turquia. Especialistas em direitos humanos e juristas alertam para as consequências dessa sentença, consideram que a detenção de um potencial candidato presidencial é um acontecimento sem precedentes nas práticas legais do país. A oposição, por sua vez, reafirma seu compromisso com İmamoğlu, indicando que continuará os esforços internos para sua nomeação como candidato presidencial, apesar de sua atual situação.