Nos últimos dez dias, Porto Alegre enfrentou uma onda de vandalismo com o incêndio de três dos novos contêineres destinados à coleta de lixo reciclável. Instalados em 12 de março, essas unidades, situadas nos bairros Menino Deus e Praia de Belas, sofreram grande danos, refletindo um prejuízo estimado em R$ 60 mil, que inclui não apenas a destruição dos contêineres, avaliados individualmente em R$ 12,8 mil, mas também gastos com limpeza e reparos.
O prefeito Sebastião Melo expressou sua indignação em relação a esses atos, destacando a importância de medidas de segurança e anunciou a implementação de câmeras de vigilância com o intuito de identificar e responsabilizar os autores dos incêndios.
Os novos contêineres fazem parte de um projeto-piloto que visa melhorar a coleta seletiva em Porto Alegre, com a instalação total de 450 unidades para lixo reciclável e 450 para resíduos orgânicos. As áreas escolhidas para receber esses contêineres, como Centro Histórico, Cidade Baixa, Menino Deus e Praia de Belas, foram selecionadas levando em consideração elementos como as rotas de trânsito e o volume de resíduos gerados na região.
Entretanto, o vandalismo não apenas implica em desperdício de recursos públicos, mas também compromete a eficácia do serviço de coleta de lixo. Além disso, a instalação destes contêineres é alvo de críticas por parte de alguns segmentos da sociedade, que interpretam a medida como uma possível privatização da coleta do lixo reciclável, o que poderia prejudicar os catadores que dependem desse material para garantir sua subsistência.
Em meio a esses desafios, a Câmara de Vereadores está analisando uma proposta que contempla a instalação de lixeiras subterrâneas, uma alternativa que promete ser mais sustentável e que ajudaria a reduzir a exposição do lixo nas ruas. Contudo, o custo dessas unidades é consideravelmente mais elevado em comparação aos contêineres tradicionais.
Assim, a administração municipal se vê na missão de equilibrar a modernização dos serviços de limpeza urbana com a proteção dos meios de vida dos catadores e busca soluções eficazes para coibir os atos de vandalismo, que comprometem não apenas o patrimônio público, mas a eficiência da coleta seletiva.