O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria ao rejeitar os pedidos de impedimento dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin no julgamento dos crimes atribuídos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa decisão foi determinada em uma sessão virtual que ocorreu entre os dias 19 e 20 de março.
A maioria dos ministros, ao lado do relator Luís Roberto Barroso, descatou os argumentos apresentados pelas defesas, que alegavam conflitos de interesse que inviabilizariam a participação dos magistrados. Nomes como Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques ainda não haviam se manifestado até a publicação das informações, embora Nunes Marques tenha seguido a maioria posteriormente.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas, incluindo crimes sérios como organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. Os advogados de defesa argumentaram a inadequação de Moraes, Dino e Zanin, citando os laços destes com o caso. A defesa de Bolsonaro apontou que Flávio Dino, como ministro da Justiça, havia apresentado uma queixa-crime contra o ex-presidente, o que, segundo eles, comprometeria sua imparcialidade. A defesa de Cristiano Zanin, por outro lado, alegou que sua atuação como advogado durante a campanha do atual presidente Lula nas eleições de 2022 o tornava parcial, enquanto a defesa de Braga Netto alegou que Moraes carecia de imparcialidade devido a uma suposta ameaça recebida.
No entanto, Luís Roberto Barroso rejeitou essas alegações, declarando que as defesas não apresentaram motivos que configurassem impedimentos legais. Portanto, a decisão de manter os ministros no tribunal foi tomada por uma maioria clara, permitindo que o julgamento continue. A Primeira Turma do STF, presidida por Cristiano Zanin, está agendada para analisar a denúncia mais detalhadamente nos dias 25 e 26 de março, mostrando que este caso ainda está longe de seu desfecho.
O desfecho desse julgamento não apenas pode impactar o futuro político de Jair Bolsonaro, mas também coloca em xeque a operação da Justiça no país, levantando questões sobre imparcialidade e o papel dos magistrados em casos politicamente sensíveis. A crescente atenção da opinião pública sobre este caso pode criar um ambiente tenso nos próximos dias, enquanto a sociedade aguarda o veredito da Justiça.