A espera por consultas no Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil atingiu níveis recorde, com um tempo médio de espera de quase dois meses para ser atendido em 2024. No entanto, em algumas especialidades, como genética médica no Mato Grosso, a demora pode chegar a dois anos. Este artigo explora a situação atual das filas no SUS, os desafios enfrentados e as propostas para melhorar o acesso à saúde pública.
A situação das filas no SUS é crítica, com mais de 5,7 milhões de pessoas aguardando por uma consulta em janeiro de 2025. O tempo médio de espera para uma consulta é de 57 dias, superando o registrado durante a pandemia de Covid-19, quando a média foi de 50 dias. Especialistas apontam que a principal dificuldade está na sucessão de filas que os pacientes enfrentam, o que pode levar anos e colocar em risco a vida dos pacientes.
A demora no atendimento especializado no SUS não apenas causa insatisfação, mas também pode ter consequências graves para a saúde dos pacientes. Casos como o de Vera Lúcia Gentil, que descobriu um tumor cerebral e precisou pagar por exames particulares devido à longa espera, são comuns. A legislação prevê que pacientes com câncer devem iniciar o tratamento em até 60 dias após o diagnóstico, mas a realidade é bem diferente, com tempos de espera que ultrapassam esse prazo.
Para resolver esses problemas, há propostas como o Projeto de Lei 4431/20, que estabelece prazos máximos para consultas e cirurgias no SUS. O projeto define que consultas devem ser realizadas em até 15 dias, com redução para 3 dias em casos de idosos, doentes crônicos, gestantes ou pessoas com necessidade especial. Além disso, especialistas defendem uma mudança no sistema para que os pacientes sigam uma linha de cuidado contínua, sem precisar enfrentar múltiplas filas.
A recuperação das filas de espera no SUS é um desafio contínuo, especialmente após a pandemia de Covid-19, que suspendeu cirurgias eletivas e aumentou a demanda reprimida. Investimentos em infraestrutura e aumento do número de profissionais de saúde são medidas necessárias para reduzir as filas e melhorar o acesso à saúde pública no Brasil. Além disso, a implementação de tecnologias para agendamento e gestão de filas pode ajudar a otimizar o processo e reduzir os tempos de espera.