O deputado federal Gustavo Gayer, representando o PL de Goiás, fez comentários polêmicos nesta quinta-feira (13) que envolvem a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Segundo Gayer, suas falas tinham o intuito de "denunciar e escancarar a hipocrisia da esquerda" em questões que envolvem a defesa das mulheres. Ele também afirmou que em momento algum quis "ofender ou depreciar" Davi Alcolumbre, presidente do Senado Federal pelo União Brasil do Amapá.
A polêmica começou quando o deputado Gayer postou uma declaração na rede social X, após Alcolumbre anunciar sua intenção de levar uma denúncia contra ele ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em sua mensagem, Gayer disse: "Ressalto que minha intenção era apenas denunciar e escancarar a hipocrisia da esquerda quando se trata da defesa das mulheres, e jamais quis ofender ou depreciar o presidente do Senado Davi Alcolumbre. Caso o presidente Alcolumbre tenha se sentido ofendido, quero deixar bem claro que minhas críticas não se referiam a ele".
A situação ganhou destaque na Câmara dos Deputados quando Gayer afirmou durante uma sessão plenária que Gleisi foi "tratada como uma cafetina" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa declaração veio logo após Lula ter mencionado que escolheu uma "mulher bonita" para atuar na articulação entre o governo e o Congresso. O deputado também insinuou em suas publicações que Gleisi foi "oferecida" como uma troca, semelhante à forma como um cafetão ofereceria uma acompanhantes. Essas falas geraram uma onda de reações entre os parlamentares.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se manifestou criticando as declarações de Gayer. Ele confirmou que sua equipe jurídica está analisando a possibilidade de denunciar o deputado ao Conselho de Ética. Alcolumbre destacou a gravidade das falas de Gayer, afirmando: "O que está dificultando no Brasil é as pessoas agredirem as outras sem medir o que estão falando". Essa situação revela um crescente desconforto entre os parlamentares em relação aos limites da liberdade de expressão e do respeito mútuo no Congresso.
Em sua nota, Gayer defendeu-se dizendo que foi o único parlamentar de direita a se posicionar em defesa de Gleisi Hoffmann, que, segundo ele, foi covardemente atacada pelo presidente da República. Ele alegou que, ao se referir às falas de Lula, estava exercitando seu direito de liberdade de expressão e se posicionando contra o machismo. O deputado afirmou que sua intenção nunca foi ofender Alcolumbre, mas sim criticar o chefe do executivo por seu comportamento desrespeitoso em uma ocasião que deveria ser de apoio às mulheres.
A polêmica em torno de Gustavo Gayer levanta questões importantes sobre a liberdade de expressão no Brasil, especialmente no contexto político. O deputado deixou claro que considera suas declarações como parte do seu direito de se manifestar livremente e criticou a forma como a oposição reagiu. Segundo ele, não houve nenhum crime ou ato ilícito na sua fala, sendo apenas um exercício de sua opinião.
Com essa situação, Gayer concluiu que a falta de posicionamento por parte da esquerda frente aos comentários do presidente Lula é um sinal da hipocrisia que ele tanto criticou. Ele espera que seu apelo pela defesa das mulheres seja levado em consideração e que as discussões sobre machismo e respeito se intensifiquem no parlamento.
Os momentos de tensão no Congresso revelam a necessidade de um debate mais amplo sobre os limites da liberdade de expressão e respeito mútuo entre os representantes eleitos. É imprescindível que todos os parlamentares se pronunciem de maneira construtiva, a fim de fortalecer a democracia e a igualdade de gênero em nosso país.
Por fim, Gayer se mostrou disposto a abrir um diálogo e afirmou estar aberto a discussões sobre o tema, convidando outros parlamentares a se posicionarem contra o machismo e a favor da igualdade de gênero. Esse acontecimento é um lembrete de que a luta pela igualdade deve ser contínua e que todos têm um papel a desempenhar nessa jornada.