Deputados federais de orientação política à direita e membros da Frente Parlamentar Católica manifestaram apoio ao frei Gilson, que recentemente se tornou alvo de críticas nas redes sociais por parte de apoiadores da esquerda. A Frente Parlamentar Católica, na Câmara dos Deputados, emitiu uma nota assinada pelo presidente da frente, deputado federal Luiz Gastão (PSD/CE), destacando o “compromisso com a defesa da liberdade de expressão e da liberdade religiosa”.
A nota exprime que “o Brasil é um país democrático, onde a liberdade de crença e culto é um direito fundamental assegurado pela Constituição Federal. Isso inclui a possibilidade de sacerdotes e ministros religiosos pregarem os princípios da fé que professam, sem que sejam perseguidos ou silenciados por suas convicções”. Luiz Gastão reitera que a Frente reafirma seu compromisso de garantir que todos, seja leigos, sacerdotes ou líderes religiosos, possam professar e ensinar suas crenças sem medo de censura ou represálias.
Vários parlamentares da oposição se mobilizaram em defesa do sacerdote. A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) comentou que os ataques são provenientes de pessoas que tentam impor uma ideologia religiosa. “Não podemos permitir que a liberdade religiosa seja cerceada por aqueles que desejam impor uma ideologia única à sociedade. Frei Gilson representa milhões de brasileiros que creem nos princípios da família, da fé e da moral cristã”, enfatizou.
O deputado Sanderson (PL-RS) opinou que a perseguição a frei Gilson é uma tática da esquerda para desacreditar líderes religiosos que se manifestam politicamente. “Eles querem desacreditar qualquer voz que vá contra suas pautas. A guerra cultural está exercida, e cabe a nós defendermos aqueles que têm coragem de falar a verdade”, afirmou.
Na mesma perspectiva, o deputado Rodrigo Valadares (União-SE) realçou que a oposição busca desqualificar as lideranças religiosas conservadoras. “Enquanto a esquerda tenta desqualificar as lideranças religiosas conservadoras, a bancada de direita promete continuar defendendo o direito dos cristãos de manifestarem suas crenças sem retaliação”, concluiu.
Frei Gilson, que possui milhões de seguidores nas redes sociais, tem atraído fiéis com transmissões ao vivo noturnas durante a Quaresma, um período de reflexão e penitência que antecede a Páscoa. Essas lives frequentemente contam com a participação de personalidades conhecidas, como o humorista e apresentador do podcast Inteligência Ltda, Rodrigo Vilela, e o cantor sertanejo Zé Neto.
Para além de suas apresentações, frei Gilson acumula cerca de 1,5 milhão de ouvintes mensais na plataforma de streaming de áudio Spotify, além de liderar o ministério Som do Monte. Contudo, internautas têm reavivado declarações polêmicas proferidas por ele durante suas transmissões. Em uma ocasião, o sacerdote afirmou que as mulheres foram criadas para “curar a solidão do homem” e que, portanto, deveriam desempenhar funções de auxílio.
“Para curar a solidão do homem, Deus fez você [mulher]. Deus fez uma promessa para Adão: eu vou fazer alguém para ser sua auxiliar. Aqui você já começa a entender a missão de uma mulher. Ela nasceu para auxiliar o homem”, declarou o líder religioso.
Em outra transmissão, realizada em julho de 2021,frei Gilson falou diretamente de Brasília e, ao lado do frei José Lucas, fez um pedido: “Não permitais, senhor e rainha de Nazaré, que os erros da Rússia venham a assolar o Brasil, como bem afirmou Nossa Senhora em Fátima”. O colega do sacerdote complementou: “Livra-nos, mãe de Deus e nossa, do flagelo do comunismo”.
Frei Gilson tem sido uma figura frequente em conteúdos da produtora Brasil Paralelo, frequentemente associada a figuras da direita brasileira. Seu posicionamento religioso e político continua gerando debates acalorados nas redes sociais.
A situação em torno do frei Gilson destaca as tensões existentes na sociedade brasileira, particularmente em relação à liberdade de expressão e de religião. O apoio de parlamentares de direita exemplifica como as questões de fé e política estão entrelaçadas na luta pela defesa dos valores conservadores no país.