A Polícia Civil de São Paulo apresentou detalhes sobre a prisão de Maicol Sales dos Santos, um dos principais suspeitos da morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos. O jovem foi preso temporariamente no último sábado, dia 8, devido a evidências que o ligam ao crime e a possíveis ameaças a testemunhas que participaram do caso. Segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, o carro de Maicol foi encontrado nas proximidades do local onde Vitória foi assassinada.
Durante a coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 10, Luiz Carlos destacou que contradições nos depoimentos e a intimidação de testemunhas foram fatores essenciais que levaram à sua detenção. O diretor afirmou que Maicol é 'um dos autores que praticou essa barbárie': "Já podemos afirmar que tem provas testemunhais que não deixam dúvidas de que ele estava próximo ao local do crime".
O interrogatório revelou que Maicol havia tentado desmentir sua alocação no momento do crime, alegando que estava em casa com sua esposa. Contudo, a esposa contradisse sua versão, confirmando que estava na casa da mãe no momento em questão. Luiz Carlos também mencionou que vizinhos relataram atividades estranhas e gritos vindos da residência de Maicol, acrescentando que esses mesmos vizinhos se sentiram ameaçados e foram intimidados para alterar suas declarações.
O caso gerou ainda mais controvérsia ao envolver Carlos Alberto Souza, pai da vítima. De acordo com informações do programa Domingo Espetacular, da TV Record, ele passou a ser investigado por seu comportamento considerado atípico e por divergências em seu depoimento. A defesa de Carlos Alberto classificou essa situação como um "absurdo".
A jovem Vitória Regina de Sousa estava desaparecida há uma semana antes de ser encontrada morta em Cajamar, SP, no último dia 5. No dia do seu desaparecimento, Vitória enviou áudios para uma amiga afirmando que havia dois homens suspeitos perto dela durante um trajeto de ônibus. Após essa comunicação, ela desapareceu na noite de 26 de fevereiro. O ex-namorado da jovem, Gustavo Vinicius, foi o primeiro suspeito identificado, mas sua versão foi considerada inconsistente pela polícia. Além dele, outras seis pessoas também foram mencionadas como suspeitas, e mais de onze testemunhas já prestaram depoimentos.
A investigação gerou a apreensão de três veículos, que estão passando por perícia para coletar provas que ajudem a elucidar o caso. A Polícia Civil informou em nota que as investigações continuam na Delegacia de Cajamar, com diligências em andamento para identificar todos os envolvidos e esclarecer os fatos. Além disso, o grupo aguarda os resultados dos exames periciais para verificar se Vitória foi vítima de violência sexual e se o sangue encontrado no carro de um dos suspeitos pertence à vítima. O diretor do Demacro enfatizou sobre a importância da prisão de Maicol, afirmando: "Temos as provas testemunhais que já ajudaram muito e temos as provas técnicas que vão chegar. Demos um grande passo com a prisão do Maicol, um dos autores que praticou essa barbárie".