O câncer é uma das doenças mais letais do mundo, e a sua abordagem terapêutica tem avançado de forma significativa. Durante a 2ª Jornada Médica Internacional, que ocorrerá entre os dias 12 e 14 de março em Erechim, no Rio Grande do Sul, especialistas vão debater as novas alternativas de tratamento, com ênfase na imunoterapia.
O oncologista clínico Oren Smaletz, do Hospital Albert Einstein, e o chefe da Oncologia do Hospital Moinhos de Vento, Sérgio Roithmann, serão os palestrantes principais do evento. Eles trarão à tona os avanços no tratamento do câncer, que continua a representar uma das maiores preocupações de saúde pública. Somente no ano de 2022, os tumores foram responsáveis pela morte de 9,7 milhões de pessoas em todo o mundo, e a previsão é de que haja 30 milhões de novos casos anuais até 2040.
Sérgio Roithmann, especialista em Oncologia Clínica com formação pelo Hôpital Laennec, em Paris, sublinha a importância de confiar nos novos métodos de tratamento: "Atualmente, além da quimioterapia, que continua sendo muito útil, existem a imunoterapia e as drogas biológicas, a qual chamamos na Medicina de 'alvos-específicas'. A imunoterapia, por exemplo, permite manipular o sistema imunológico do indivíduo para atacar as células tumorais. É algo moderno, menos agressivo do que os tratamentos convencionais e que tem apresentado resultados satisfatórios".
Roithmann também aponta que as técnicas cirúrgicas e radioterápicas têm se beneficiado de tecnologias avançadas, resultando em maior precisão e redução das sequelas para os pacientes. "Alguns exemplos de sucesso quanto ao uso deste tipo de terapia podem ser identificados no tratamento de melanomas e do câncer de pulmão. A utilização de drogas-alvo envolve estudos do perfil molecular de cada tumor e a detecção de 'pontos fracos' das células tumorais, que podem, então, ser atacadas com substâncias específicas".
O evento contará também com a presença de Oren Smaletz, que traz sua experiência do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York. Ele discutirá as novas terapias de precisão, que se tornam cada vez mais indispensáveis no tratamento de casos, como câncer de próstata. Em suas palestras, Smaletz enfatizará a preocupação com o acesso a esses tratamentos no Brasil: "Apesar dos números e dos avanços expressivos, por meio de estudos e de novas terapias, como a imunoterapia, o Brasil ainda está muito aquém da realidade. Existe uma grande disparidade entre os tratamentos oferecidos nos hospitais particulares e no serviço público", alerta.
O Ministério da Saúde revela estatísticas preocupantes sobre a doença em território nacional: mais de 700 mil novos casos são diagnosticados anualmente, sendo a maioria envolvendo câncer de próstata e mama. A cada ano, cerca de 27 mil pessoas perdem suas vidas devido a esses tipos de tumor, conforme aponta Smaletz. O evento buscará não só informar sobre novos métodos de tratamento, mas também sensibilizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) se associou ao Grupo Mulheres do Brasil em um acordo para fomentar a prevenção e controle do câncer de colo do útero, além de ações para combater a violência contra mulheres e crianças. Essa iniciativa demonstra a necessidade de uma abordagem multi-setorial no enfrentamento do câncer.
A 2ª Jornada Médica Internacional é promovida pelo Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, em parceria com a Prefeitura de Erechim e o Polo de Turismo Judaico de Quatro Irmãos e Região. Parte do valor arrecadado será destinada à restauração do Hospital Israelita "Leonardo Cohen", o pioneiro do Brasil, fundado há mais de 96 anos.
Os interessados em participar podem se inscrever pelo site www.jornadamedicainternacional.com.br. Os profissionais da Medicina pagarão R$ 349, enquanto os estudantes terão um custo de R$ 299. A inscrição garante a emissão de um certificado de participação. Mais informações estão disponíveis nas redes sociais do evento (@jornada.medica.internacional) ou pelo WhatsApp (54) 99225-0596.