Uma recente descoberta arqueológica na Dinamarca levou à revelação de um monumento que pode ser considerado o "segundo Stonehenge". Datado de aproximadamente 4.000 anos, essa estrutura, conhecida como "Woodhenge", é composta por um círculo de 45 colunas de madeira dispostas em um raio de 30 metros. Os pesquisadores acreditam que a construção tenha ocorrido entre 2600 a.C. e 1600 a.C., coincidente com o período em que o famoso Stonehenge na Inglaterra também estava sendo edificado. Essa descoberta se deu na cidade de Aars, localizada no noroeste da Dinamarca, durante atividades de construção de um novo conjunto habitacional.
A equipe de arqueólogos liderada por Sidsel Wåhlin, pertencente ao Museu Vesthimmerland, sugere que o Woodhenge pode ter uma conexão direta com os henges britânicos, oferecendo novos insights sobre os rituais e práticas religiosas no final da Idade da Pedra e no início da Idade do Bronze.
A similaridade da estrutura dinamarquesa com Stonehenge atraiu a atenção de os especialistas. Os henges têm uma forte associação com rituais religiosos e adoração do sol, que refletem a importância da astronomia nas sociedades neolíticas.
Segundo Wåhlin, "para decidir construir um monumento tão específico, é preciso entender seu significado e como planejá-lo". Essa afirmação indica que o conhecimento acerca da construção do Woodhenge pode ter sido diretamente influenciado pelas tradições existentes na Grã-Bretanha durante a antiguidade.
Os arqueólogos também estão explorando a possibilidade da estrutura ter um círculo interno, semelhante ao de Stonehenge, reforçando as ligações entre os antigos habitantes da Dinamarca e da Grã-Bretanha.
A descoberta do Woodhenge não é a primeira a sugerir a existência de estruturas análogas a Stonehenge em outros locais da Europa. Em 2009, foram encontradas evidências de um "segundo Stonehenge" a cerca de um quilômetro do monumento original, na Inglaterra.
Essa estrutura, chamada de "Bluestonehenge", foi localizada próxima às margens do rio Avon e acredita-se que tenha sido construída por volta de 2400 a.C. Pesquisas sugerem que algumas das pedras deste monumento poderiam ter sido posteriormente transportadas para compor o Stonehenge.
O arqueólogo Mike Parker Pearson, da Universidade de Sheffield, indicou que a localização do Bluestonehenge destaca a relevância dos rios nos rituais fúnebres da época, simbolizando a transição entre o mundo dos vivos e o dos mortos.
As descobertas recentes na Dinamarca e na Inglaterra levantam importantes questões sobre a interconexão das civilizações neolíticas e a difusão do conhecimento arquitetônico entre diferentes regiões. Os arqueólogos agora se perguntam se outras estruturas semelhantes podem estar ocultas sob o solo europeu, aguardando para serem desenterradas.
A tecnologia moderna tem possibilitado investigações mais detalhadas, e essas revelações sobre monumentos pré-históricos têm o potencial de reconfigurar nossa compreensão acerca dos rituais, crenças e interações entre os povos da Idade da Pedra.
Com o estudo contínuo do Woodhenge na Dinamarca, novas descobertas poderão emergir nos próximos anos, contribuindo para desvendar os mistérios que cercam as civilizações antigas que moldaram a pré-história da Europa.