Um caso alarmante ocorreu em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde imagens de câmeras de segurança revelaram um militar do Exército filmando o exato momento em que um adolescente de 17 anos ateia fogo em um homem em situação de rua. O incidente foi registrado durante a ação horrenda do jovem, que teria transmitido o ato violento em um grupo no Discord, uma plataforma de comunicação online.
As gravações foram exibidas pela Band TV, mostrando o adolescente se aproximando de sua vítima, identificada como Ludierley Satyro José, de 46 anos. No canto esquerdo do vídeo, o militar pode ser visto segurando um celular na direção dos dois, registrando a brutalidade.
Após o ato de violência, ambos fugiram do local. A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o soldado foi preso três dias depois do crime, no dia 21, na Ponte Rio-Niterói, e enfrentará diversas acusações, incluindo tentativa de homicídio triplamente qualificada, associação criminosa, apologia ao nazismo e corrupção de menores. Ele já possuía um mandado de prisão temporária em aberto e também foi autuado por armazenar conteúdo pornográfico infantil.
Investigações realizadas pela polícia revelaram que tanto o militar quanto o adolescente pertenciam a um grupo que praticava e incitava crimes de ódio em plataformas digitais. As autoridades obtiveram informações a partir de um cruzamento de dados que indicaram a atuação da quadrilha, a qual já estava sendo monitorada. As investigações continuam para identificar outros envolvidos.
Antes da prisão do soldado, o adolescente foi apreendido após sua família procurar a delegacia para denunciar o crime, ao ver seu filho nas imagens que tomaram conta das redes sociais. Ele foi localizado em sua avó, em Jacarepaguá, e sua identificação foi realizada pelo Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça, em parceria com a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, que acionou a plataforma Discord. A identificação se deu através do e-mail utilizado pelo jovem e pela localização do IP do usuário.
Investigações preliminares indicam que o ataque foi motivado por uma espécie de desafio proposto em um grupo no Discord. Em troca da brutalidade, o adolescente receberia cerca de R$ 2 mil após o ato. O menor também estava ativo em comunidades que promovem crimes de ódio e usava o codinome “Eu odeio favela”, além de fazer parte de grupos de tendência neonazista, que já estavam sob vigilância da polícia.
Durante a busca na residência do adolescente, a polícia encontrou toucas, máscaras, luvas e uma faca que supostamente foram utilizadas no ataque. Além disso, foram descobertos arquivos com conteúdo de abuso sexual infantil em seu celular. Informações relatadas pela CBN indicam que a vítima, Ludierley Satyro José, sofreu queimaduras extensivas e foi levado para o Hospital Lourenço Jorge, onde permanece em estado estável.
O adolescente deve responder legalmente por um fato análogo à tentativa de homicídio triplamente qualificada, devido a motivos torpes e à crueldade do ato, sem deixar oportunidade de defesa à vítima. Ele também enfrentará acusações por armazenar imagens de abuso sexual infantil.