O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez considerações com tom irônico sobre as acusações de tentativa de golpe que lhe são atribuídas. Durante uma conversa com a imprensa no aeroporto de Brasília, pouco antes de apresentar sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele disse: "Eu tramei com o Pateta, com o Pato Donald, com o Mickey Mouse, só pode ser isso aí". Essa declaração foi feita em alusão ao fato de que ele estava na Flórida, Estados Unidos, quando ocorreram os ataques extremistas em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.
Além de contestar a validade das acusações, o ex-presidente também ressaltou a relevância de algumas de suas ações, argumentando que não poderia ser responsabilizado pela situação, pois não estava presente durante os eventos. Ele destacou: "Estou sendo acusado de outras coisas, cinco itens, destruição de patrimônio, só se for por telepatia, eu não estava aqui".
Em sua fala, Bolsonaro alegou que quem estava presente em Brasília naquele dia foi envolvido em uma "armadilha". Ele reforçou que as acusações não constituíam um golpe de Estado, enfatizando que "não existe golpe de Estado em cima de prédio, de pessoas".
Logo após desembarcar no Brasil, Bolsonaro argumentou que não tinha "força nenhuma" para instaurar um golpe e ainda mencionou uma decisão tomada por ele em seu período de presidência, quando nomeou dois comandantes das Forças Armadas para o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em dezembro de 2022. Ele disse: "Um golpe depois de nomear, em dezembro, dois comandantes de força para o Lula? Eu vou dar golpe sem força nenhuma? Lá da Disney?".
Bolsonaro também abordou o que considera uma "divulgação seletiva" de informações por parte do STF. Ele se referiu aos vídeos dos depoimentos de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, que celebrou um acordo de colaboração premiada homologado pelo STF em setembro de 2023. O ex-presidente comentou sobre a natureza da delação premiada e o pedido de seus advogados para ter acesso à íntegra da delação, questionando a análise das informações.
Na defesa apresentada ao STF, Bolsonaro pediu que seu caso fosse tratado pelo plenário da corte, ao invés de ser analisado pela 1ª Turma composta por ministros como Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente por uma série de crimes, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, e danos qualificados ao patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima.
Essas declarações e a preparação de sua defesa refletem o cenário político atual e a luta contínua de Bolsonaro para refutar as alegações contra ele. O desdobramento dessa situação promete ser um importante tema nas futuras discussões políticas e judiciais no Brasil.
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