O número de feridos em um grave acidente com bombas na Coreia do Sul, ocorrido durante um exercício militar, subiu para 29, incluindo 15 civis e 14 soldados, conforme revelou o Ministério da Defesa do país. O porta-voz do ministério, Jeon Ha-kyu, informou que a nova contagem inclui feridos com danos auditivos, além de pessoas que apresentaram enxaqueca e sintomas de ansiedade após as explosões.
No incidente, que aconteceu na quinta-feira (6), dois caças sul-coreanos lançaram acidentalmente oito bombas MK82, cada uma pesando 225 kg, em uma área civil na cidade de Pocheon, situada a aproximadamente 40 quilômetros ao nordeste de Seul. As explosões causaram tremores em casas e prédios próximos, conforme mostrado em vídeos divulgados.
A área afetada estava fora do perímetro designado para exercícios de tiro ao alvo, e o erro foi atribuído à inserção incorreta de coordenadas pelo piloto, segundo informações das autoridades militares. Entre os feridos, nove pessoas foram hospitalizadas, incluindo dois casos considerados graves.
Em resposta ao acidente, as autoridades decidiram suspender os exercícios de fogo real até que as causas do incidente sejam completamente apuradas. No entanto, os militares asseguraram que esse episódio não comprometerá os principais exercícios conjuntos programados entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos, que têm início na segunda-feira (10).
Na manhã de sexta-feira (7), a cidade de Pocheon foi palco de uma manifestação onde dezenas de moradores e ativistas protestaram contra os exercícios militares, que segundo eles, colocam em risco a vida e a paz da população local. Um dos manifestantes, Lee Myoung-won, expressou preocupações sobre a segurança que esses exercícios supostamente proporcionam, questionando: “Para quem estamos realmente assegurando segurança com esses exercícios militares?” A manifestação pretende chamar a atenção para os perigos à população civil e pressionar as autoridades a reconsiderarem a continuidade dessas atividades militares.
Os desdobramentos deste trágico evento levam à reflexão sobre a segurança em áreas que realizam exercícios militares próximos a áreas residenciais, especialmente em regiões tão próximas da fronteira com a Coreia do Norte. O Ministério da Defesa continua monitorando a situação e prometeu investigar a fundo o incidente, lembrando, também, da importância da transparência nas operações militares que envolvem a segurança da população.