No contexto da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém, Pará, o embaixador brasileiro, André Correa do Lago, fez um discurso na Assembleia Geral da ONU, nos Estados Unidos, onde enfatizou a urgência de ações concretas para enfrentar as mudanças climáticas.
Segundo o diplomata, a COP30 será um marco na transição de um período de negociações para a implementação efetiva de soluções climáticas. O desafio que se apresenta, conforme Correa do Lago, é a necessidade de aprimorar a governança climática, o que exige agilidade na tomada de decisões e na execução das iniciativas.
André Correa do Lago mencionou três ações principais que devem ser priorizadas durante a conferência:
Outro ponto destacado foi a importância das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), cuja data de entrega teve que ser estendida devido à baixa adesão por parte dos países até o prazo limite em fevereiro. "Os líderes nacionais devem honrar o compromisso de limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. As vidas humanas dependem disso. Os empregos futuros dependem disso. Ambientes saudáveis dependem disso", afirmou o embaixador.
Correa do Lago também compartilhou a experiência positiva da Troika, uma parceria entre os Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão e Brasil, que foi apresentada na COP28. Ele comentou sobre o Balanço Global de Carbono (GST), que serve como uma ferramenta de transparência do Acordo de Paris para monitorar o progresso das metas climáticas a longo prazo. "O GST é o nosso guia para a missão de limitar o aquecimento a 1,5ºC, no nosso esforço coletivo de implementar a visão da Convenção e do Acordo de Paris, que busca reforçar a resposta global às ameaças climáticas, sempre com foco no desenvolvimento sustentável e na erradicação da pobreza", destacou.
O embaixador também reafirmou o compromisso do Brasil com o multilateralismo, ressaltando que sua escolha de iniciar atividades internacionais na Assembleia Geral reflete a importância da defesa desse princípio na presidência da COP. "O respeito pela ciência será outro pilar da nossa presidência", afirmou.
Por fim, a relevância da Amazônia nas discussões climáticas foi abordada. Em entrevista à ONU News, Correa do Lago sublinhou a necessidade de uma abordagem mais realista sobre o desenvolvimento da região, sem idealizações, mas reconhecendo o papel fundamental do ecossistema na luta contra as mudanças climáticas.