Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) realizaram uma pesquisa abrangente com dados coletados nos últimos 15 anos e revelaram que o buraco na camada de ozônio está efetivamente diminuindo de tamanho. Este achado indica que as iniciativas globais para restringir a emissão de substâncias como os aerossóis têm gerado resultados positivos na recuperação deste importante componente da atmosfera.
Embora sinais de melhoria já tivessem sido observados anteriormente, a pesquisa liderada pela química Susan Solomon apresentou evidências concretas dessa evolução, acompanhadas de um alto grau de certeza. No comunicado oficial, Solomon destacou que o estudo alcançou uma confiança de 95% em suas conclusões.
Para relembrar, a camada de ozônio é uma parte da atmosfera que varia entre 15 e 30 km de espessura, situada acima da superfície terrestre e que contém uma quantidade significativa de gás ozônio em comparação com outros estratos atmosféricos. Este componente vital é responsável por absorver a maior parte dos raios ultravioleta do sol, protegendo o planeta de seus efeitos nocivos.
No período entre as décadas de 1970 e 1980, foi identificado um buraco significativo na camada de ozônio próximo à Antártica, cuja principal causa foram os clorofluorcarbonetos (CFCs), utilizados em aerossóis, solventes e refrigerantes. Os átomos de cloro desses compostos aceleram a degradação das moléculas de ozônio, intensificando o problema em regiões frias, onde há nuvens polares estratosféricas e as características do vórtex polar.
Vale ressaltar que Solomon fez parte da equipe que, em 1986, foi à Antártica para obter evidências do buraco. Naquela época, ela atuava na Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos Estados Unidos (NOAA).
As descobertas dos anos 80 culminaram na assinatura do Protocolo de Montreal em 1987, um pacto que envolveu a União Europeia e 187 países, com o objetivo de proibir substâncias como os CFCs e restaurar a camada de ozônio. Embora nos últimos anos tenham surgido indícios de progresso, a variabilidade da atmosfera, descrita como “caótica” pelos cientistas, dificultava uma afirmação categórica sobre melhorias. Contudo, a nova análise, sustentada por 15 anos de dados observacionais, confirmou a recuperação da camada. Se a tendência continuar, estima-se que o buraco possa ser eliminado em cerca de 10 anos.
Optimista, Solomon antecipa um cenário em que a camada de ozônio esteja completamente restaurada até 2035, resultado direto das ações humanas em favor do meio ambiente.
Com a recuperação da camada de ozônio se mostrando cada vez mais plausível, é essencial que a sociedade mantenha o compromisso com práticas sustentáveis. Vamos torcer para que a ação humana continue contribuindo para um futuro mais saudável.