Na noite de terça-feira, 4 de março de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez seu retorno ao Congresso americano, marcando seu primeiro discurso em cinco anos. O evento, realizado em Washington, foi assistido com atenção e debate.
Trump, em seu discurso, destacou: "Conseguimos fazer em poucos dias o que muitos governos não conseguiram em anos. Nós estamos apenas começando." Considerado um dos pronunciamentos mais longos desde 1964, a fala teve a duração de cerca de uma hora e quarenta minutos e ocorreu apenas seis semanas após o início de seu segundo mandato.
Entre os diversos tópicos abordados, o presidente discutiu questões econômicas, como cortes em agências governamentais e tarifas internacionais, e a situação geopolítica em áreas de conflito, incluindo Gaza, Ucrânia e Paquistão.
Trump prometeu: "Taxaremos no que nos taxarem e criaremos empregos como nunca antes." O discurso também incluiu críticas severas ao governo Biden, onde Trump o responsabilizou pela alta nos preços de produtos essenciais, como ovos. Ele ainda aproveitou para criticar como a administração anterior lidou com a imigração e anunciou que vetaria diversas leis aprovadas por seu antecessor.
Ademais, fez pedidos ao Congresso, incluindo a implementação de pena de morte para assassinos de policiais, a aprovação de financiamento para um escudo de defesa antimísseis e a defesa do banimento da transição de gênero.
Num detalhe notável, o presidente mencionou as tarifas impostas ao Brasil ao discutir taxas aplicadas a outros países. Ele afirmou que nova política de "tarifas recíprocas" será implementada a partir do dia 2 de abril, englobando países como Canadá, Índia e China. "Outros países usaram tarifas contra nós por décadas, e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra eles. A União Europeia, China, Brasil e Índia, entre outras nações, cobram tarifas extremamente mais altas do que cobramos deles. É injusto”, enfatizou Trump.
Procurando estabelecer uma relação de igualdade comercial, Trump reiterou: "No que eles nos taxarem, nós os taxaremos. Se aplicarem medidas não tarifárias para nos manter fora do mercado, faremos barreiras não monetárias para mantê-los fora do nosso mercado. Nós teremos trilhões de dólares e criaremos empregos como nunca vimos antes".
Outro ponto crucial foi a participação da Europa na guerra entre Rússia e Ucrânia. Trump criticou a postura europeia, alegando que enquanto os EUA investiram 350 bilhões de dólares, a Europa apenas gastou 100 bilhões. Ele enfatizou: "Nós temos um oceano nos separando, eles não. O Biden autorizou mais dinheiro nesta guerra do que a Europa gastou. Precisamos equilibrar isso".
Durante seu pronunciamento, Trump referiu-se a uma carta de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, que expressou o interesse do país em "vir à mesa de negociações o mais rápido possível para buscar uma paz duradoura".
No que se refere ao serviço público, Trump fez um aviso claro aos funcionários federais: resistir às suas políticas resultará em demissões. Ele criticou regulamentações que, segundo ele, atrasam o funcionamento do governo federal e afirmou estar determinado a transformar o tamanho e escopo do governo. Ele destacou que seu governo está em busca de um funcionamento mais eficiente.
Entre os pontos polêmicos do discurso, Trump trouxe à tona a questão da anexação da Groenlândia. Em suas palavras: "Acho que conseguiremos. De uma forma ou de outra, conseguiremos. Manteremos vocês seguros e deixaremos vocês ricos". Ele enfatizou a importância estratégica da Groenlândia para os EUA e sua intenção de negociar diretamente com o território sob controle dinamarquês.
Outro tema discutido foi o Canal do Panamá. Trump sugeriu que seu governo irá "pedir de volta" o canal, celebrando um acordo recente de compra de portos no local pela BlackRock. Ele afirmou: "O canal foi construído por americanos e para americanos. Esse acordo foi violado gravemente. Não podíamos dar o canal à China, e nós o queremos de volta - e teremos ele de volta".
O discurso teve um momento de tensão quando o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, ordenou a expulsão do congressista Al Green, que estava causando interrupções. Johnson declarou: "Caso o senhor continue causando estas interrupções, pediremos que a guarda do Congresso restaure a ordem e você seja retirado da Câmara". Al Green foi acompanhado por funcionários da Casa ao deixar o plenário.
O pronunciamento de Trump reacende discussões sobre suas políticas e estratégias, e as reações à seu discurso estão sendo amplamente analisadas e debatidas na mídia e nas redes sociais.