O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, não hesitou em criticar as novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele descreveu essa decisão como "uma coisa muito idiota de se fazer" e reiterou que o Canadá responderia rapidamente a essas medidas.
Em declarações feitas nesta terça-feira, após o anúncio de Trump de tarifas sobre importações do Canadá e do México, Trudeau destacou que Ottawa implementará tarifas de 25% sobre cerca de 30 bilhões de dólares canadenses em produtos norte-americanos. Além disso, ele alertou que o Canadá poderia também mirar outros 125 bilhões de dólares em produtos se for necessário, em um prazo de 21 dias.
Trudeau manifestou sua perplexidade diante das tarifas, afirmando: "Não há absolutamente nenhuma justificativa ou necessidade para essas tarifas hoje". O primeiro-ministro canadense prometeu desafiar as medidas dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) e através do acordo de livre comércio entre EUA, México e Canadá.
Neste contexto, Trump alegou que o Canadá não fez o suficiente para impedir a entrada do opioide fentanil e seus precursores químicos nos Estados Unidos, um argumento que Trudeau refutou categoricamente, chamando-o de "completamente falso e injustificado".
Recentemente, economistas advertiram que o Canadá, que exporta cerca de 75% de seus produtos para os Estados Unidos, poderá enfrentar uma recessão severa se as tarifas não forem revogadas rapidamente. O Wall Street Journal já havia sugerido que essa guerra comercial poderia se tornar "a mais idiota da história". Trudeau, ao comentar sobre a crítica do jornal, declarou: "Não é do meu hábito concordar com o Wall Street Journal, mas Donald, eles apontam que, embora você seja um cara muito inteligente, isso é uma coisa muito idiota de se fazer".
A decisão de Trump tem o potencial de deteriorar significativamente as relações comerciais entre EUA, Canadá e México. Em resposta às tarifas, as províncias mais densamente povoadas do Canadá, como Quebec e Ontário, começaram a retirar produtos como o álcool dos EUA das prateleiras das lojas controladas pelo governo provincial.
Os canadenses também iniciaram demonstrações simbólicas, incluindo vaias direcionadas a equipes esportivas dos EUA durante eventos esportivos. "Vamos escolher tentar comprar produtos canadenses e abrir mão do bourbon e de outros produtos americanos clássicos", disse Trudeau. Ele enfatizou: "Estamos vaiando uma política que foi criada para nos prejudicar. E estamos insultados e com raiva".
Em uma tentativa de minimizar a hostilidade, Trudeau afirmou que os canadenses não estão vaiando o povo americano ou suas equipes, mas sim protestando contra as políticas que ameaçam a nação. "Estamos aqui para lutar e vencer", garantiu Trudeau.
Com essas declarações, o governo canadense sinaliza uma postura firme e determinada diante das ameaças tarifárias de Trump, o que poderá repercutir globalmente nas relações comerciais e políticas da América do Norte.