A Rosas de Ouro, escola de samba da Freguesia do Ó, conquistou seu mais recente título no carnaval de São Paulo após 15 anos, encerrando um jejum desde 2010, quando também saiu vencedora com um enredo sobre o Cacau. Depois de anos difíceis, com posições preocupantes nas últimas edições, a escola surpreendeu ao vencer a disputa contra a Acadêmicos do Tatuapé, decidida pelo critério de desempate.
No carnaval de 2023, a Rosas de Ouro ocupou a 12ª posição, e no ano anterior, a 11ª, o que gerou alarmes sobre a possibilidade de rebaixamento. No entanto, a gestão da escola passou por transformações significativas que foram cruciais para a retomada do sucesso.
Segundo Angelina Basílio, presidente da escola, a chave para a mudança foi estabelecer um projeto mais sólido que aproximou a comunidade da agremiação. "Quando a comunidade chegou junto, a evolução da escola cresceu", declarou Angelina, durante a celebração na quadra. Para ela, sem a união da comunidade, o sucesso não teria sido possível.
A mudança no comando artístico também foi um fator determinante. A Rosas de Ouro contou com a chegada do carnavalesco Fábio Ricardo, que, segundo Angelina, trouxe uma nova visão detalhista e refinada ao desfile. "Me falaram que ele era muito detalhista. E eu acredito que ele também se superou", ressaltou a presidente, que comanda a escola há 22 anos.
O enredo deste ano, intitulado "Rosas de Ouro em uma Grande Jogada", celebrou a importância dos jogos na vida das pessoas. Fábio Ricardo explicou que a escola não tinha patrocínios substanciais, apenas "umas contribuições" de pessoas ligadas à Rosas, que ocorreram muito próximo do desfile.
Diante disso, Fábio destacou a importância de otimizar custos, reutilizando a estrutura de alguns carros alegóricos. "Três carros alegóricos eu usei a mesma base. Eu reaproveitei. Isso já é menos custo", afirmou o carnavalesco, demonstrando a necessidade de um planejamento administrativo eficiente para o carnaval.
Fábio também percebeu que a Rosas de Ouro precisava de um toque de requinte e elegância. "Entendi que a escola estava necessitando do requinte, da elegância. E foi o que tentamos fazer, nas alegorias, nas fantasias", disse ele. Para o carnavalesco, a energia e a postura dos integrantes da escola influenciaram muito o resultado final. "Eu percebi que a escola estava pronta para ser campeã", comentou, relatando que havia um desejo coletivo de vencer.
Fábio se comprometeu a melhorar a organização interna da escola, promovendo uma escuta ativa das opiniões dos integrantes e lidando de forma mais consciente com os gastos. Ele enfatizou que "ninguém faz carnaval sozinho. É como uma corrente, se um elo tiver fraco, arrebenta. E, dessa vez, todos estavam unidos". Essa união e dedicação coletiva foram fundamentais para que a Rosas de Ouro alcançasse o topo mais uma vez.
Com o enredo envolvente e o espírito comunitário renovado, a Rosas de Ouro não apenas subiu ao pódio, mas provou que com determinação e atenção aos detalhes, é possível reverter a maré dos resultados. Este triunfo é um marco não apenas para a escola, mas para toda a comunidade que se uniu em prol de um objetivo comum.
Agora, a expectativa é de que a Rosas de Ouro continue a manter esse espírito de união e excelência nas próximas edições do carnaval, garantindo assim que o som dos tambores e a alegria das cores sigam a ecoar pelas ruas de São Paulo.