Um novo projeto de lei, denominado "Ainda Estou Aqui", foi protocolado na Câmara de São Paulo com o objetivo de substituir os nomes de ruas que estão associados a torturadores e a indivíduos envolvidos em violações dos direitos humanos durante a ditadura militar. O vereador Nabil Bonduki, do Partido dos Trabalhadores (PT), é o autor da proposta e compartilhou seus objetivos durante uma entrevista à CNN nesta terça-feira.
Bonduki argumenta que a iniciativa é uma forma de valorizar a democracia e reconhecer as injustiças do passado. "Estamos valorizando a democracia, retirando homenagem de pessoas que não devem ser homenageadas", afirmou o vereador, ressaltando a importância de honrar as vítimas desse período sombrio da história brasileira.
O projeto sugere a substituição dos nomes por nomes de vítimas do regime militar. No total, 15 locais, incluindo ruas, praças e outros equipamentos públicos, estão mencionados no texto da proposta. Essa ação visa proporcionar um ambiente mais respeitoso e consciente sobre a história nacional.
Nabil Bonduki, que já exerceu a função de vereador anteriormente, enfatizou a necessidade de que a população tenha conhecimento sobre a história por trás dos nomes das ruas onde residem. Durante seu primeiro mandato em 2016, ele já havia apresentado um projeto que propunha a inserção de explicações nas placas das ruas, esclarecendo a razão dos nomes utilizados. Segundo ele, é fundamental que as pessoas saibam quem foram as figuras que deram nome aos lugares que frequentam. "Tem o famoso poema do Mário Andrade que diz: nesta rua Lopes Chaves, envelheço, e envergonhado, nem sei quem foi Lopes Chaves. Nós precisamos saber quem são os nomes das ruas de onde moramos", completou.
A proposta "Ainda Estou Aqui" não apenas busca a mudança de nomenclaturas, mas também pretende fomentar debates sobre a história do país e suas consequências na sociedade atual. Através dessa iniciativa, o vereador espera sensibilizar a população para a importância do reconhecimento e da memória histórica como forma de construção de uma sociedade mais justa.
A troca de nomes de ruas, embora simbólica, carrega um peso significativo e pode impactar a identidade e a percepção da comunidade sobre seu próprio espaço. Além de resgatar a memória das vítimas, a medida serve como um convite para refletir sobre os valores que desejamos cultivar em nossa sociedade contemporânea.
Esse projeto pode gerar discussões importantes sobre a forma como a história é lembrada e ensinada, e como as novas gerações podem aprender com os erros do passado para evitar que repetições ocorram no futuro. A participação da população nesse processo é crucial, pois somente assim é possível construir um legado que respeite a dignidade humana e promova a cidadania ativa.
Portanto, a iniciativa de Bonduki é mais um passo na luta pela memória e pela verdade, essencial para que a sociedade brasileira continue a avançar na construção de um futuro mais equitativo e justo.
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