No dia 5 de março, o mercado financeiro registrou um alívio significativo com a queda do dólar, que passou a ser cotado a R$ 5,80, após ter alcançado R$ 5,88 na véspera. Essa mudança se deu após uma declaração do Secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, que renovou as esperanças de uma possível flexibilização nas tarifas comerciais.
Durante uma entrevista, Lutnick sugeriu que os EUA poderiam considerar a redução ou até mesmo a eliminação de tarifas impostas a determinados setores, caso o Canadá e o México consigam limitar a entrada de imigrantes ilegais. A promessa de Lutnick contribuiu para inverter a tendência de alta observada no dia anterior, quando as preocupações com tarifas de Donald Trump levaram o dólar a disparar, impactando negativamente os mercados globais.
O clima no mercado de ações também foi influenciado, embora a liquidez tenha sido reduzida devido ao feriado de Quarta-Feira de Cinzas, que limitou a atividade do Ibovespa, o principal índice da B3. Os investidores permanecem atentos às repercussões das novas tarifas e às suas implicações para a economia brasileira, que se vê ameaçada por possíveis tarifas recíprocas.
Além disso, a recente nomeação de Gleisi Hoffmann para uma função na articulação política tem gerado apreensão, com analistas demonstrando preocupação quanto à possibilidade de o governo se afastar das reformas econômicas necessárias para atingir a meta de zerar o déficit fiscal. As ações populistas recentes do presidente Lula estão alimentando essas inquietações, suscitando dúvidas sobre a capacidade do governo em gerenciar um período de ajustes fiscais cruciais.
No setor de commodities, a pressão sobre o índice de ações também é evidente. Os contratos de petróleo e minério de ferro apresentaram queda, o que reflete uma série de fatores, entre os quais a decisão da Opep+ de aumentar a produção a partir de abril e as inquietações relacionadas às tarifas de importação dos EUA.