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Polêmica de Emilia Pérez e os Direitos Trans no Oscar

Por Redação TN
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A produção cinematográfica "Emilia Pérez", da Netflix, vem enfrentando uma série de controvérsias desde seu lançamento no ano passado. O filme, um musical em língua espanhola que narra a história de Emilia Pérez, uma líder de cartel mexicana transgênero, gera reações mistas do público e da crítica.

Apesar de receber reconhecimento na temporada de premiações, muitos espectadores expressaram insatisfação com a obra. Um dos aspectos mais discutidos foi uma cena peculiar em que a personagem de Zoe Saldaña, Rita, realiza uma apresentação musical enquanto considera uma cirurgia de afirmação de gênero para Pérez, gerando grande repercussão nas redes sociais.

Além de críticas sobre a qualidade do filme, ele foi rotulado como ofensivo, tanto para mexicanos quanto para a comunidade trans. O reconhecimento de que o diretor, Jacques Audiard, não conduziu uma pesquisa aprofundada sobre o México antes de filmar, aumentou a indignação do público.

A situação se complicou ainda mais com a queda de Karla Sofía Gascón, a atriz principal, que começou como uma forte candidata ao Oscar de Melhor Atriz, sendo a primeira pessoa trans abertamente indicada à categoria. Diligência nas redes sociais revelou postagens problemáticas dela, que incluíam comentários anti-muçulmanos e opiniões fora de tom sobre oportunidades de diversidade nas premiações, além de declarações controversas sobre George Floyd e o movimento Black Lives Matter.

Embora as polêmicas possam ter prejudicado as chances de Gascón na premiação, "Emilia Pérez" conquistou dois Oscars, incluindo Melhor Atriz Coadjuvante para Zoe Saldaña e Melhor Canção Original. Contudo, a decepção tomou conta do público ao notar que nenhum dos ganhadores mencionou os direitos trans durante seus discursos de aceitação, mesmo com a temática central do filme sendo a comunidade trans em um momento em que esses direitos estão sendo ameaçados.

Jacques Audiard, ao aceitar o prêmio de Melhor Canção Original ao lado dos músicos Clément Ducol e Camille, não fez menção às questões contemporâneas que afetam a comunidade trans. Ele foi questionado posteriormente na sala de imprensa do Oscar, mas se recusou a abordar o tema, alegando que não tinha ganhado nenhuma estatueta e, por isso, não teve a oportunidade de falar.

O diretor afirmou através de um intérprete: “Como eu não ganhei o prêmio de Melhor Filme ou Melhor Diretor, não tive a oportunidade de me manifestar. Mas se tivesse tido essa oportunidade, eu teria falado”, seguido de uma risada enquanto se afastava do microfone.

Esse comentário gerou um descontentamento nas redes sociais, onde muitos argumentaram que o reconhecimento de direitos expressos apenas quando se conquista um prêmio é um indicativo de desinteresse genuíno. Uma pessoa comentou: “Sim, isso não é algo que você faz quando realmente se importa.” Outro usuário enfatizou: “Ah, claro, porque os direitos trans só são importantes quando você ganha um prêmio. Isso é ridículo!”

Em contrapartida, a equipe responsável pelo filme "Anora" recebeu elogios por ainda assim destacar a comunidade de trabalhadores do sexo em suas falas de agradecimento. Essa produção, que segue a história de uma jovem trabalhadora do sexo em Brooklyn, também foi premiada em várias categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz.

O que você acha do silêncio da equipe de "Emilia Pérez" em relação aos direitos trans? Deixe suas opiniões nos comentários!

Tags: Cinema, Oscar, Transgeneridade, Karla Gascón, Controvérsia Fonte: www.buzzfeed.com