Os legisladores do Partido Democrata nos Estados Unidos estão exigindo uma esclarecimento do Pentágono sobre uma decisão recente que suspendeu operações cibernéticas ofensivas contra a Rússia. Essa pausa ocorre em um contexto delicado de negociações que buscam encerrar o conflito na Ucrânia. Inicialmente relatada pelo The Record, a informação foi confirmada à Reuters por duas fontes que pediram anonimato.
As operações cibernéticas ofensivas têm como objetivo desativar ou interromper redes de computação alheias, diferentemente das atividades de ciberespionagem, que se concentram na interceptação de dados. Embora pausas em operações cibernéticas não sejam incomuns durante períodos de negociações diplomáticas, os detalhes sobre esse caso específico ainda não foram divulgados ao público.
Essa decisão alarmou os legisladores democratas, já preocupados com a postura mais amena do governo do ex-presidente Donald Trump em relação à Rússia. Chuck Schumer, líder da minoria no Senado, criticou veementemente a pausa. "É um erro estratégico crítico para Donald Trump se desarmar unilateralmente contra Putin", expressou Schumer em sua conta no X, no último domingo. "A melhor defesa é sempre um ataque forte, e isso se aplica também à segurança cibernética."
Adam Smith, que é o principal democrata no Comitê de Serviços Armados da Câmara, endossou essa visão, insistindo que o Pentágono deve fornecer uma explicação não apenas sobre o motivo da ordem, mas também sobre as implicações que essa decisão pode ter para os aliados dos EUA. Além disso, Smith questionou se foi realizada alguma avaliação de risco antes da implementação dessa suspensão ou o que poderia ser feito em resposta.
A postura do Pentágono em não fornecer comentários sobre o assunto foi clara. Um alto funcionário do departamento de defesa informou que, para proteger a segurança operacional, não são divulgados detalhes sobre a inteligência cibernética, planos ou operações realizadas.
Na última semana, Trump também provocou controvérsia ao discutir publicamente com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em uma reunião no Salão Oval, onde chegou a ameaçar retirar o apoio dos EUA à Ucrânia, três anos após a invasão russa. Depois de prometer um fim imediato ao conflito durante sua campanha, essa nova abordagem de Trump inclui negociações diretas com Moscou, realizadas sem a consulta dos aliados ocidentais.
Em uma nova onda de críticas, Trump se manifestou novamente contra Zelensky, comentando que o líder ucraniano havia declarado que o término da guerra estava "muito, muito distante". "Essa declaração é a pior que poderia ter sido feita por Zelensky, e os EUA não vão tolerar isso por muito mais tempo!", afirmou Trump em seu perfil no Truth Social. "É o que venho alertando, esse cara não deseja a paz enquanto desfrutar do apoio dos EUA e, na recente conversa com Zelensky, ficou claro que ele acredita não poder resolver a situação sem a intervenção americana."