O Kremlin expressou críticas severas ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após um encontro tenso na Casa Branca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 28 de fevereiro. Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, classificou a discussão entre os dois líderes como "sem precedentes", destacando a dificuldade em se alcançar um acordo para o término da guerra no leste europeu.
Peskov foi enfático ao afirmar que a conversa enfatizou a falta de habilidade diplomática de Zelensky. Ele disse: “(Foi) um evento sem precedentes, é claro. Zelensky demonstrou, em muitos aspectos, uma enorme falta de competências diplomáticas, no mínimo.” Segundo o porta-voz, o presidente da Ucrânia não está interessado em buscar a paz: “O regime de Kiev e Zelensky não querem a paz. Eles querem que a guerra continue”, declarou.
Além disso, Peskov sugeriu que somente a pressão dos Estados Unidos poderia influenciar a postura de Zelensky. A tensão aumentou após Trump e outras autoridades norte-americanas sugerirem que o presidente ucraniano poderia precisar renunciar, considerando o desenrolar da reunião no Salão Oval. Enquanto isso, líderes europeus foram rápidos em manifestar seu apoio a Zelensky, reforçando o papel da Ucrânia no cenário internacional.
Os combates na Ucrânia continuam, trazendo um aumento significativo no número de civis mortos. A Rússia, por sua vez, negou as acusações de que estaria visando infraestrutura civil e apontou as mortes em seu território como resultado de ataques ucranianos.
Para entender melhor o contexto da guerra entre Rússia e Ucrânia: o conflito teve início em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia através de múltiplas frentes, incluindo a fronteira sul e a Crimeia. Nos primeiros dias, as forças russas conseguiram conquistar território, mas a resistência ucraniana foi eficaz em manter o controle sobre Kiev. A invasão desencadeou uma onda de críticas internacionais, resultando em sanções econômicas contra o Kremlin.
Em outubro de 2024, a situação na Ucrânia atingiu um ponto crítico, com analistas considerando aquele período como o mais perigoso até então. As tensões se acirraram com o uso por parte da Rússia de um míssil hipersônico de alcance intermediário em território ucraniano, o que alarmou a comunidade internacional. Este projétil, que carregava explosivos convencionais, também tem a capacidade de transportar armas nucleares.
A invasão foi complementada por uma ofensiva da Ucrânia em solo russo, utilizando armamentos ocidentais. A inteligência ocidental levantou preocupações sobre a presença de tropas da Coreia do Norte no conflito, informação que tanto Moscou quanto Pyongyang não confirmaram ou negaram.
O presidente Putin, que recentemente substituiu seu ministro da Defesa, afirmou que as forças russas estão avançando de maneira mais efetiva, prevendo o cumprimento de todos os objetivos na Ucrânia, embora não tenha apresentado detalhes específicos sobre essas metas. Zelensky, por outro lado, expressou sua preocupação de que os principais objetivos de Putin incluem a ocupação total da região de Donbass, englobando Donetsk e Luhansk, além da expulsão de tropas ucranianas da área de Kursk.
A situação continua sendo monitorada, com a comunidade internacional atenta às próximas movimentações no cenário geopolítico.