A franquia Pokémon, que há quase 30 anos agrada a milhões de fãs em todo o mundo, continua a deixar o Brasil de fora de sua lista de priorização em termos de localização. O mais recente exemplo disso é o anúncio de Pokémon Legends Z-A, que será lançado em espanhol da América Latina, mas não receberá versão em português do Brasil. Essa situação levanta questões importantes sobre o tratamento da Game Freak com o mercado brasileiro.
Apesar de a popularidade dos RPGs de Pokémon ser um fenômeno global, esses jogos, que introduzem novas regiões e criaturas, não têm recebido a atenção devida no Brasil. A mais recente edição do Pokémon Presents apenas reforçou a percepção de que o Brasil é visto como um mercado secundário para a Game Freak e a Pokémon Company.
Um ponto crítico a ser destacado é que, enquanto outras empresas como a Nintendo começaram a localizar seus lançamentos em português do Brasil, lançando jogos renomados como Pikmin 4 e Super Mario Bros. Wonder, a Game Freak permanece em uma trajetória contrária. Essa negação de uma tradução em português para os principais RPGs evidencia a falta de consideração pela empresa em relação a este importante mercado.
Embora jogos como Pokémon Unite e o Pokémon TCG Pocket tenham sido localizados, os RPGs continuam a ser negligenciados. Isso é especialmente preocupante considerando que esses jogos costumam trazer revelações cruciais sobre novas criaturas e mecânicas, como mega evoluções e formas Gigantamax.
O fato de que Pokémon Legends Z-A será localizado em espanhol da América Latina, atendendo a praticamente todos os países daquela região, e não ao Brasil, demonstra um descaso evidente. O diretor regional da Pokémon Company na América Latina, Tomás Cortijo, ao anunciar isso, deixou claro que a empresa está ciente da importância do mercado latino, mas não incluiu o Brasil, gerando um sentimento de exclusão.
A relação entre a Pokémon Company e o Brasil tem sido pautada por essa sensação de desinteresse. Para muitos, a mensagem é clara: mesmo que o Brasil faça parte da América Latina, seu público não é considerado relevante para as decisões de localização da empresa, reforçando a sensação de desdém.
Em um cenário onde a Pokémon Company reportou uma receita de 10,8 bilhões de dólares em 2023, muitos se questionam acerca das justificativas técnicas ou financeiras que levam ao não suporte em português do Brasil. Com os avanços tecnológicos e a melhoria nas ferramentas de tradução, a exclusão parece ainda mais infundada.
Além disso, com o estreitamento do cerco a emuladores pela Nintendo, o acesso a jogos de Pokémon via canais não oficiais se torna cada vez mais difícil, realçando a importância de localizar os jogos oficialmente. Embora o descaso da Pokémon Company em relação ao público brasileiro já fosse uma realidade conhecida, o recente anúncio torna a situação ainda mais chocante ao mostrar que a empresa pretende que os jogadores brasileiros consumam a franquia sem oferecer os devidos serviços em troca.
O sentimento de insatisfação é palpável entre os fãs brasileiros, que esperam mais reconhecimento por parte da Pokémon Company, especialmente considerando o engajamento e a paixão que o Brasil tem pela franquia. Este cenário traz à tona uma questão importante: até quando o Brasil será tratado como um submercado?
Diante dessa situação, é fundamental que os fãs continuem expressando seu desejo por jogos localizados e se juntem em um coro de vozes para que suas reivindicações sejam ouvidas. Afinal, uma comunidade forte e unida pode fazer a diferença, mudando a percepção das empresas sobre a importância de suas escolhas de localização.
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