A Petrobras anunciou uma queda de 70% em seu lucro líquido no ano de 2024, alcançando R$ 36 bilhões, em comparação ao ano anterior. Esse desempenho frustrou as expectativas do mercado, que previa um lucro de cerca de R$ 70 bilhões. As principais causas apontadas para essa redução são o aumento do dólar e a redução do preço do petróleo.
No quarto trimestre do ano passado, a companhia enfrentou prejuízo de R$ 17 bilhões, uma queda drástica em relação ao lucro de R$ 31 bilhões registrado no mesmo período de 2023. Essa situação trouxe preocupações aos investidores, resultando em uma queda de mais de 5% nas ações da Petrobras na Bolsa de Nova York após o fechamento do mercado na noite de quarta-feira (26).
A nova gestão, liderada por Magda Chambriard, destacou que a deterioração do ambiente externo, marcada pela redução dos preços internacionais do petróleo e pela diminuição das margens no setor de refino, foi um fator crucial para a queda nos lucros. Além disso, foram observados menores volumes de produção de petróleo.
Em uma comunicação direcionada aos acionistas, a executiva esclareceu que a diminuição no lucro está relacionada a uma questão contábil e não impacta diretamente o caixa da empresa. De acordo com a Petrobras, caso não houvesse a variação cambial nas dívidas com suas subsidiárias no exterior, o lucro líquido teria sido de R$ 103 bilhões.
Em meio a esses resultados, a estatal anunciou o pagamento de aproximadamente R$ 9 bilhões em dividendos ordinários referentes ao último trimestre de 2024. Isso significa que a distribuição total de dividendos para o ano será de quase R$ 76 bilhões, dos quais 28% será destinado ao governo federal.
Além das questões financeiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a venda direta de gás e combustíveis pela Petrobras, responsabilizando os estados pelos elevados preços dos combustíveis no país. A recomendação do presidente aponta para uma mudança significativa na estratégia da estatal em relação ao mercado nacional de energia.
As expectativas para o futuro da Petrobras ainda são incertas, com analistas avaliando os impactos das políticas governamentais e as dinâmicas globais que afetam a indústria de petróleo e gás. Acompanhar a evolução dessas variáveis será essencial para entender a trajetória da empresa nos próximos trimestres.