O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reafirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não planeja implementar “medidas excepcionais” para impulsionar o crescimento econômico. Sua declaração ocorreu durante um evento realizado pelo banco BTG Pactual, em São Paulo, diante de investidores.
Costa destacou que, apesar da queda na popularidade do governo, é essencial manter a responsabilidade fiscal. Ele criticou o mercado financeiro por suas previsões errôneas em relação ao crescimento da economia, que, segundo ele, não se concretizaram. "Não tenham dúvida da absoluta responsabilidade fiscal do governo Lula", enfatizou, ressaltando que o mercado falhou em suas expectativas nos últimos dois anos.
O ministro foi enfático ao afirmar que não haverá aumento substancial nas despesas governamentais. Ele declarou: "Não haverá medida excepcional para o crescimento da economia" e complementou que a recuperação econômica ocorrerá "em breve", apesar dos desafios recentes, como o aumento da taxa de juros e apreciação do dólar.
Durante o evento, Costa também defendeu as políticas econômicas implementadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele se manifestou contra especulações que indiquem um aumento de gastos do governo e abordou a percepção negativa em torno da administração atual. Costa afirmou: "Acho que há uma avaliação injusta do governo Lula por parte de alguns segmentos." Ele criticou a gestão anterior, ressaltando que o governo atual recebeu o país em um estado crítico, lidando com uma irresponsabilidade fiscal significativa, evidenciada pelo não pagamento de precatórios.
O ministro ainda citou o superávit primário fiscal obtido no último ano como um sinal positivo da gestão atual. "Tivemos o melhor superávit primário fiscal dos últimos dez anos", declarou, reforçando que medidas foram tomadas para garantir o cumprimento das metas fiscais, incluindo o bloqueio de recursos do PAC para ajudar a alcançar esses objetivos.
Em relação à popularidade do governo, Rui Costa mencionou a necessidade de melhorar a comunicação sobre as ações do governo, além de ações para reduzir os preços dos alimentos. No entanto, ele negou qualquer intervenção direta para tabelar os preços, afirmando que a solução deve ser encontrada dentro da estrutura de mercado.
Costa também comentou sobre a recente reforma ministerial, que incluiu a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Ele enfatizou que essas mudanças não estão ligadas ao calendário eleitoral de 2026, em que Lula buscará a reeleição. "Não ouvi o presidente correlacionar as mudanças de governo com o processo eleitoral de 2026", dizendo que Lula está focado em aumentar a eficiência do governo.
Ao abordar a relação com Haddad, o ministro minimizou qualquer atrito, afirmando que a força do governo depende da harmonia entre os ministros. "Não tive dificuldade de dialogar com Haddad", assegurou, reiterando que o governo está comprometido em melhorar a comunicação e os processos internos para evitar mal-entendidos, como ocorreu com uma proposta de taxação do Pix.
As declarações de Rui Costa refletem um esforço do governo Lula para estabilizar a economia e manter a confiança tanto no mercado quanto entre a população. Contudo, o sucesso dessas estratégias dependerá da eficácia das comunicações do governo e da sua capacidade de navegar pelos desafios econômicos à frente. O público é convidado a compartilhar suas opiniões e interagir sobre essas questões que afetarão o futuro econômico do Brasil.