O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou, durante a primeira reunião de sherpas do Brics, a importância de ampliar opções de pagamentos entre os países do bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo Lula, essa necessidade se torna ainda mais evidente em meio à atual escalada protecionista no comércio global.
No encontro, realizado em Brasília, Lula destacou a necessidade de reduzir custos nas transações comerciais entre os membros do bloco como uma prioridade de sua presidência. Ele afirmou que "o aprimoramento do sistema monetário e financeiro internacional está na origem dos Brics" e acrescentou: "A atual escalada protecionista na área do comércio e investimentos reforça a importância de medidas que busquem superar os entraves da nossa integração econômica."
A proposta de usar moedas locais nas transações, similar ao Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) do Mercosul, tem sido uma das alternativas discutidas pelo governo brasileiro. Essa iniciativa busca não apenas facilitar as trocas comerciais, mas também reduzir a vulnerabilidade aos impactos de políticas de proteção comercial, especialmente em um cenário onde as ameaças de tarifas elevadas são uma preocupação.
As tensões comerciais com os Estados Unidos, especialmente sob a liderança de Donald Trump, têm influenciado essas discussões. Neste contexto, Trump fez declarações que prometem tarifas de até 100% em resposta a debates sobre a “desdolarização”, acentuando a urgência de se estabelecer uma maior autonomia financeira entre os países do Brics.
A reunião de sherpas também teve como objetivo delinear a atuação dos países membros até a Cúpula de Chefes de Estado, agendada para 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. Além de fortalecer a integração econômica, Lula anunciou outras prioridades, como a reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança, a promoção de maior inclusão no Conselho de Segurança da ONU, bem como o aumento da cooperação na área da saúde entre países emergentes.
O presidente também manifestou a necessidade de enfrentar a crise climática e discutir questões éticas e sociais relacionadas à Inteligência Artificial, além de desenvolver institucionalmente os Brics frente à sua recente ampliação. Essa agenda abrangente reflete a busca por um fortalecimento das relações entre os países do bloco em um momento de incertezas e desafios globais.
Em resumo, a presidência brasileira do Brics sob Lula representa uma oportunidade para repensar as práticas comerciais e monetárias entre os países emergentes, promovendo um cenário de maior estabilidade e confiança no atual ambiente internacional.
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