No contexto de ondas de calor e verões intensamente quentes, a atenção com a hidratação do corpo se torna fundamental. Os seres humanos estão enfrentando temperaturas crescentes, e a manutenção da hidratação é vital, visto que, como mamíferos, precisamos suar para regular a temperatura corporal. Um método prático para verificar se a quantidade de água ingerida é adequada é observar a cor da urina.
A especialista Cristina Milagre, cardiologista e médica do esporte no Hospital do Coração, alerta para os perigos do calor excessivo e a possibilidade de exaustão térmica. Segundo a profissional, nosso corpo possui um sistema de termorregulação que, em situações de calor elevado, ainda opera, mas com eficiência reduzida, resultando em uma gama de sintomas problemáticos.
Conforme destaca a cardiologista Milagre, o calor pode provocar uma série de reações adversas no organismo, que incluem:
Os riscos se ampliam para pacientes que já possuem condições cardíacas, como hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. A falta de hidratação pode levar a uma descompensação do corpo. Neste cenário, a pressão sanguínea pode cair, provocando um aumento da frequência cardíaca para compensar, aumentando a carga sobre o coração, o que pode causar danos ao sistema cardiovascular.
A conscientização sobre esses sintomas é crucial, pois a falência do sistema de termorregulação é uma possibilidade perigosa. A cardiologista esclarece que, ao atingir temperaturas corporais acima de 40 ºC, o corpo pode apresentar confusão mental, desorientação e até perda de consciência, podendo evoluir para estados mais sérios, como coma ou risco de morte.
Existem recomendações essenciais para enfrentar o calor e minimizar complicações. Além de manter o corpo adequadamente hidratado, é importante usar roupas leves e programar atividades físicas para o início da manhã ou final da tarde, quando as temperaturas são mais amenas.
Para avaliar a hidratação, basta observar a cor da urina: ela deve ser incolor e transparente. A presença de uma coloração amarela indica que o corpo está carente de água, exigindo uma hidratação mais efetiva. Uma sugestão útil é sempre carregá-la consigo, seja em forma de garrafinha no trabalho, na escola, durante o transporte ou ao sair.
Adicionalmente, a cardiologista recomenda ter uma alimentação leve, com ênfase em saladas, frutas e vegetais, enquanto bebidas alcoólicas devem ser evitadas. Apesar da impressão que estas bebidas podem proporcionar alívio momentâneo, o álcool na verdade propicia a desidratação, algo que queremos evitar em meio ao calor.