Nos últimos anos, a ideia de que estamos perdendo a nossa capacidade de atenção se tornou bastante comum, especialmente na era digital, onde a tecnologia e a sobrecarga de informações parecem dominar nosso cotidiano. No entanto, novos estudos sugerem que essa percepção pode ser um mito e, na verdade, nossa atenção tem melhorado ao longo do tempo.
Um estudo impressionante, que reuniu 179 pesquisas realizadas durante 31 anos e abrangeu 32 países, trouxe à luz um dado crucial: a capacidade de atenção das pessoas não está em declínio; pelo contrário, está em ascensão.
Muitas pessoas acreditam que o uso incessante de tecnologia e o bombardeio constante de informações prejudicam nossa habilidade de concentração. No entanto, os dados da pesquisa revelam uma realidade diferente. O foco de crianças e adolescentes permaneceu estável ao longo dos anos, enquanto a atenção de adultos mostrou um notável progresso. O psicólogo Adam Grant argumenta que o verdadeiro problema não reside em uma suposta falta de atenção, mas em uma falta de motivação. Estamos imersos em uma abundância de estímulos interessantes e, como resultado, tendemos a dividir nossa atenção entre várias atividades. O que pode parecer um déficit de atenção pode ser, na verdade, apenas uma escolha inconsciente de priorizar aquilo que consideramos mais interessante no momento.
Embora nossa capacidade de atender múltiplas demandas ainda esteja preservada, o hábito de alternar entre várias tarefas pode interferir na retenção de informações. Por exemplo, assistir a um filme enquanto mexe no celular pode comprometer a nossa capacidade de lembrar do enredo, levando-nos a acreditar, erroneamente, que nossa atenção está em declínio. Adam Grant, em um de seus tweets, ressaltou: "Nós não perdemos a capacidade de prestar atenção. Em 179 estudos, 32 países, em testes de concentração de 1990 a 2021, as crianças não apresentaram declínio - e os adultos, na verdade, melhoraram. Quando queremos nos concentrar, conseguimos. Nossas dificuldades de distração são uma questão de motivação, não de habilidade."
Em vez de atribuir a culpa da diminuição de nossa concentração à tecnologia, podemos considerar a possibilidade de que somos nós mesmos que controlamos onde direcionamos o foco. A questão não é que não conseguimos nos concentrar – é que, muitas vezes, simplesmente não estamos dispostos a fazê-lo.
Compreender esses aspectos pode ser essencial para melhorar nossa história de produtividade e engajamento nas atividades diárias. Reconhecer que nossa atenção está se aprimorando exige um novo olhar sobre como percebemos a distração e a motivação pessoais.
A busca por maior foco e atenção é uma jornada constante. Podemos, em vez de nos deixarmos levar pela ideia de que estamos perdendo nossas habilidades cognitivas, adotar uma postura mais ativa e engajada em relação aos estímulos que consumimos. Ao escolher dar atenção ao que realmente nos interessa, podemos cultivar um ambiente mais produtivo e satisfatório para nossas vidas. Compartilhe suas experiências sobre concentração e motivação nos comentários!