Na última segunda-feira (10), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizou a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio que chegam ao país. Essa decisão tem um impacto significativo sobre o Brasil, um dos maiores fornecedores desses produtos para o mercado americano.
Conforme informações do Financial Times, integrantes da equipe de Trump informaram que as novas tarifas afetarão todas as importações, sem exceções específicas para determinados produtos. As tarifas estão programadas para entrar em vigor em 4 de março, segundo o mesmo veículo de comunicação. Autoridades dos EUA justificaram essa medida como uma resposta à ação de “players estrangeiros” que estariam “aumentando as exportações” desses metais para os Estados Unidos e prejudicando os produtores locais de aço e alumínio.
Trump usou a Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio para autorizar essas tarifas. Essa seção confere ao presidente a capacidade de impor restrições comerciais em nome da segurança nacional, uma autoridade que já havia sido utilizada por ele em 2018, durante seu primeiro mandato, quando impôs tarifas semelhantes.
A ação se insere em um contexto mais amplo de endurecimento da política comercial dos EUA. Na semana anterior, o presidente já havia determinado a implementação de uma tarifa de 10% sobre as importações oriundas da China e também ameaçado aplicar tarifas análogas a produtos do Canadá e México.
O governo brasileiro está avaliando as possíveis reações a essa nova imposição tarifária. Rumores indicaram que o Brasil poderia considerar a taxação de empresas de tecnologia norte-americanas, como Google, Amazon e Meta, como um ato de retaliação. Entretanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmentiu essa possibilidade, afirmando que “não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil”.
Haddad ressaltou ainda que o governo brasileiro se manifestará apenas com base em decisões concretas, evitando especulações que possam ser mal interpretadas. Na realidade, os Estados Unidos representam 48% das exportações de aço do Brasil e 16% das de alumínio, totalizando US$ 5,7 bilhões em vendas para o mercado americano em 2024.
Antes da oficialização das tarifas, ações da Gerdau (GGBR4) registravam alta, em virtude de sua forte atuação nos EUA. De acordo com a análise do Bradesco BBI, a empresa pode tirar proveito dessa decisão, já que sua produção dentro dos Estados Unidos minimiza a exposição ao impacto dessas tarifas. Por outro lado, outras empresas, como a CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e CBA (CBAV3), estão enfrentando um cenário de volatilidade.