O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou, em um discurso recente, a necessidade de combater a desinformação, aludindo às dificuldades enfrentadas pelo Brasil sob a gestão anterior. Durante uma cerimônia no Estaleiro Ecovix, em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, ele declarou que o Brasil estava "semidestruído" devido à propagação contínua de mentiras por parte do governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro.
Em suas palavras, Lula afirmou que "as pessoas" que governavam o país antes de seu mandado estavam mais interessadas em disseminar falsidades, resultando em um estado lamentável do país. "Pegamos esse país semidestruído. [...] Se acabou quase tudo nesse país, porque as pessoas que estavam governando não tinham preocupação com o país ou com o povo brasileiro. A preocupação era contar 11 mentiras por dia e, muitas vezes, o povo seguia as mentiras que eles contavam", ressaltou.
A declaração de Lula surgiu em um contexto conturbado, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter determinado a suspensão da plataforma Rumble no Brasil. Moraes identificou que a plataforma não tinha um representante legal disponível para atender a uma intimação para bloquear o canal do blogueiro Allan dos Santos, que é associado à extrema direita.
No mesmo discurso, Lula reafirmou a importância de viver em um país onde a verdade prevaleça. “Era impensável a gente viver em um país onde o presidente da República fazia questão de contar 11 mentiras por dia, sem levar em conta a qualidade da mentira e sem levar em conta quem estava ouvindo aquelas mentiras”. Ele manifestou o desejo de que 2025 seja o “ano da verdade”, afirmando que sua administração está comprometida em desmantelar as mentiras disseminadas anteriormente.
O presidente também expressou preocupação com o futuro das novas gerações, mencionando que não deseja que seus filhos sejam tratados como "algoritmos". "Eu não quero que meus filhos sejam algoritmos, por isso proibimos celulares nas escolas. Eu quero que meu filho seja humanista e não algoritmo, e por isso vamos consertar esse país”, enfatizou.
Na última sexta-feira, dia 21, o ministro Moraes tomou a decisão de bloquear a plataforma Rumble em território nacional, alegando que a plataforma cometeu "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais" e não se mostrou disposta a se submeter às determinações do judiciário brasileiro.
Essa ação provocou reações de algumas empresas, incluindo o Rumble e Truth Social, associadas ao ex-presidente Donald Trump, que entraram com um processo contra Moraes nos Estados Unidos. Elas alegam que a postura do ministro configura uma censura ao discurso político alinhado à direita, infringindo assim os direitos da Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
A plataforma Rumble ganhou notoriedade por não aplicar filtros algorítmicos em seus conteúdos, diferenciando-se de outras redes sociais que têm enfrentado desafios para lidar com discursos de ódio e proteger direitos. Nos últimos tempos, influenciadores ligados à direita começaram a usar a plataforma para veicular suas mensagens, aproveitando a liberdade de expressão que lhe é concedida em comparação a outros aplicativos.
A Primeira Turma do STF está programada para analisar, na primeira semana de março, a decisão que suspendeu a operação do Rumble no Brasil. Esse desenrolar será observado de perto, dada a relevância do tema para a liberdade de expressão e para o combate à desinformação.
O cenário atual gera uma série de debates sobre a regulação de plataformas digitais e o papel do governo em garantir um ambiente informativo saudável, onde a verdade possa prevalecer sem restrições indevidas. O desafio de combater a desinformação continua sendo uma prioridade na agenda política brasileira.
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