A maior extinção em massa da história, conhecida como a do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg), ocorreu há 66 milhões de anos e foi provocada pelo impacto de um colossal asteroide de 15 km de comprimento na região do atual México. Este evento gerou incêndios, tsunamis e uma chuva ácida devastadora, além de bloquear a luz solar, levando à extinção de cerca de 75% das espécies, incluindo todos os dinossauros não-avianos.
Hoje, nos perguntamos: e se esses impressionantes répteis não tivessem sido extintos? A teoria de como teria sido a evolução dos dinossauros e seu papel em um mundo contemporâneo é fascinante e debatida entre especialistas em paleontologia.
Em um exercício de imaginação, consideremos se os dinossauros teriam conseguido atravessar eras do gelo e mudanças climáticas. Embora a resposta não seja simples, muitos paleontólogos acreditam que, dadas suas adaptações, as chances de sobrevivência seriam boas. Afinal, os dinossauros dominaram a Terra por impressionantes 165 milhões de anos.
O renomado paleontólogo Steve Brusatte, da Universidade de Edimburgo, explorou essa questão no site Live Science. Brusatte observou que, durante a longa permanência dos dinossauros na Terra, eles enfrentaram catástrofes como vulcões, inundações e aquecimentos climáticos.
Enquanto alguns cientistas argumentam que a taxa de extinção de dinossauros poderia ter superado a de novas espécies surgindo, Brusatte contesta essa visão. Ele argumenta que a diversidade e abundância dos fósseis dos últimos dinossauros encontrados sugerem que o grupo estava em ótima forma.
Diante das dificuldades impostas pelas eras do gelo, acomodar-se poderia ser um desafio para a maioria das espécies. Entretanto, certas variedades de dinossauros, como o Nanuqsaurus, um parente do famoso T-rex, seriam mais adaptáveis a ambientes frios, evidenciando que eles tinham cerrado suas adaptações ao longo do tempo.
Muitos dinossauros possuíam penas, o que poderia ter funcionado como um isolante natural contra o frio intenso. Além disso, dinossauros como os tiranossauros eram endotérmicos, ou seja, tinham sangue quente, aumentando suas chances de lidar com as mudanças climáticas. A evolução também não deve ser descartada; por exemplo, os mamutes, que surgiram no sul da África, desenvolveram uma pelagem espessa para sobreviver nos rigorosos climas da Eurásia ao longo de 800.000 anos.
A respeito da inteligência dos dinossauros, os cientistas levantam uma questão interessante: teriam eles alcançado um nível de inteligência semelhante ao dos humanos? Alguns pesquisadores, como Dale Russell, imaginaram uma linhagem evolutiva denominada “dinossauroides”, um tipo de dinossauro que teria desenvolvido características mais avançadas. Contudo, a maioria dos paleontólogos considera essa hipótese improvável, argumentando que a evolução da inteligência, como a dos primatas, seria um caminho complicado.
Isso não implica que os dinossauros fossem desprovidos de inteligência. Os pássaros modernos, os parentes mais próximos dos dinossauros extintos, demonstram notável inteligência. Algumas espécies, como os corvos, são aptas a planejar com antecedência e têm habilidades cognitivas avançadas.
Caso os dinossauros ainda estivessem entre nós, a história da humanidade poderia ser significantly diferente. A extinção dos dinossauros foi fundamental para a ascensão dos mamíferos, que puderam crescer e diversificar, saindo de um estágio menor, semelhante a roedores. Segundo Brusatte, teríamos permanecido no tamanho pequeno por milhões de anos.
Na última Era do Gelo, é provável que nós, humanos, tivéssemos encontrado formas de prosperar devido a nosso sangue quente e pelagem. Entretanto, a verdade é que ainda estaríamos em desvantagem comparados aos dinossauros em várias circunstâncias.
Se os dinossauros tivessem sobrevivido como os conhecemos, a evolução humana poderia não ter acontecido da mesma maneira. Como indicou o paleontólogo Paul Sereno ao Live Science, a existência dos humanos não é uma inevitabilidade. Nossos ancestrais primatas podem nunca ter surgido, e, consequentemente, nós não estaríamos aqui hoje.
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Esta análise sobre a possibilidade de dinossauros ainda estarem vivos provoca muitas reflexões sobre a interconexão entre espécies e a fragilidade da vida na Terra.