Fábio Marcondes, vice-prefeito de São José do Rio Preto, em São Paulo, tomou a decisão de se afastar de suas funções após uma denúncia grave de racismo. O afastamento foi anunciado na manhã de segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025, e compreende sua licença do cargo de vice-prefeito, além da exoneração da Secretaria Municipal de Obras.
A decisão de Marcondes ocorre em decorrência de uma acusação feita pelo Palmeiras, que relatou ter ocorrido um ato racista contra um de seus seguranças durante a partida contra o Mirassol, realizada no dia 23 de fevereiro, parte da última rodada da fase de grupos do Campeonato Paulista.
Fábio Marcondes é suspeito de ter proferido xingamentos ao segurança do clube e, em função disso, está sob investigação por injúria racial. A Prefeitura de São José do Rio Preto, em nota oficial, afirmou que repudia “veementemente qualquer ato de racismo e lamentamos profundamente o ocorrido.” A nota também ressaltou o compromisso do município com os princípios de igualdade e justiça, reafirmando a exoneração de Marcondes como uma medida de respeito a esses valores.
“A Prefeitura de São José do Rio Preto reafirma seu compromisso inegociável com os princípios da igualdade, do respeito e da justiça. Repudiamos veementemente qualquer ato de racismo e lamentamos profundamente o ocorrido. Diante do contexto, o vice-prefeito Fábio Marcondes está exonerado do cargo de secretário municipal de Obras e solicitou a licença do cargo de vice-prefeito municipal. Seguimos firmes no compromisso com a ética, a transparência e o cumprimento da lei em todas as nossas ações”, diz a nota da Prefeitura.
Em suas redes sociais, Marcondes se posicionou sobre o ocorrido, afirmando que “as imagens divulgadas representam apenas um recorte dos acontecimentos, não refletindo a totalidade dos fatos”. Ele ressaltou ainda que “jamais tive a intenção de ofender ou prejudicar qualquer indivíduo ou grupo – em especial, o segurança da delegação da Sociedade Esportiva Palmeiras”. O vice-prefeito alegou que sua licença estava em andamento “por prescrição médica”.
Após a denúncia, o Palmeiras declarou que tomará todas as medidas necessárias para lidar com a situação, “a começar pelo registro de Boletim de Ocorrência”. O clube também enfatizou a necessidade de que “o autor desta inaceitável ofensa racista seja rapidamente identificado e responsabilizado criminalmente”.
Nesta mesma manhã, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, informou que um inquérito foi instaurado para investigar a denúncia de racismo contra o segurança. Ele ressaltou a importância da questão, afirmando que “não podemos permitir que condutas racistas fiquem impunes em nosso estado”. Este caso ressalta a necessidade urgente de combater a discriminação racial em todas as suas formas e reforça a luta por um ambiente mais respeitoso e ético dentro e fora dos campos.